
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quinta-feira (2) a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para a produção de antídoto contra a intoxicação por metanol. De acordo com a pasta, o objetivo é reforçar estados e municípios no atendimento das vítimas de bebidas alcoólicas adulteradas. Atualmente, já há 4,3 mil ampolas do produto estocadas em hospitais universitários e serviços do SUS.
Segundo o ministro, a Anvisa está em contato com produtores e agências internacionais para adquirir o fomepizol, medicamento também utilizado no tratamento da intoxicação. “Com essa ação, estamos mobilizando as dez maiores agências reguladoras do mundo para que indiquem, em seus países, quais são os produtores do fomepizol”, afirmou Padilha.
O governo federal solicitou à OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) a doação de 100 unidades do medicamento e manifestou intenção de adquirir outras 1.000 unidades por meio do Fundo Estratégico da entidade. Padilha destacou que os pedidos têm caráter preventivo, já que em anos anteriores os casos não ultrapassaram 20 registros, mas houve aumento significativo em São Paulo em 2025.
TRATAMENTO DE INTOXICAÇÃO POR METANOL: Determinamos a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para reforçar estados e municípios no tratamento de vítimas. A Anvisa também acionou produtores e agências internacionais para adquirir Fomepizol, outro antídoto… pic.twitter.com/Btl2OdLrxe
— Alexandre Padilha (@padilhando) October 2, 2025
Até o momento, o Brasil confirmou 11 casos de intoxicação por metanol, além de 48 que seguem em investigação. O Ministério da Saúde informou ainda que o país registrou uma morte pela substância e investiga outras sete. O óbito confirmado ocorreu na capital paulista.
Em São Paulo, há cinco mortes sob investigação — três na capital e duas em São Bernardo do Campo. Já em Pernambuco, as suspeitas estão em análise nas cidades de Lajedo e João Alfredo. Segundo dados do Cievs Nacional (Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), os casos confirmados estão divididos entre São Paulo (6) e Pernambuco (5).
A maioria das ocorrências se concentra em São Paulo e no ABC Paulista. O Ministério da Saúde afirmou que continuará monitorando a situação em conjunto com os governos estaduais e municipais, além de reforçar a orientação para que a população evite consumir bebidas de origem duvidosa.