Padilha pede que TCU investigue governo Bolsonaro por violência obstétrica

Atualizado em 12 de maio de 2022 às 18:57

gravidez

O subprocurador-geral do Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, recebeu a solicitação do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) para investigar os procedimentos utilizados pelo Ministério da Saúde na nova Caderneta da Gestante, que terá a distribuição de três milhões de cópias por parte do Sistema Único de Saúde (SUS).

“É inconcebível que o poder público financie e faça publicar com enorme tiragem documento contendo informação de duvidoso e questionável respaldo ético/científico, sendo chocantes os termos utilizados e toda a concepção da cartilha”, diz Padilha no documento.

Em anúncio nessa última semana, na sexta edição do Caderno da Gestante, o secretário de Atenção à Saúde Primária do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, trouxe informações que fazem fomento a práticas que constam como violência obstétrica.

Na caderneta há o incentivo da prática de episiotomia, que é o corte feito na vagina durante o parto, que não tem nenhuma evidência científica de funcionamento e nem apoio da Organização Mundial da Saúde, desde 2018.

Além disso, o secretário também destacou a manobra de Kristeller, que consiste em empurrar com as mãos, cotovelos e até mesmo subir na barriga da gestante em trabalho de parto para empurrar o bebe.

“Vamos parar de usar termos que não levam a nada, como violência obstétrica, que só provoca desagregação, coloca a culpa no profissional único, o que não tem o menor sentido”, declarou Câmara

Desde 2019, no Brasil, profissionais de saúde são proibidos de realizar a manobra de Kristeller por falta de evidências científicas e pelo alto risco para a saúde do bebê e da gestante. Em documento de 2017 do Ministério da Saúde afirmou que a manobra de Kristeller não deve ser realizada.

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