“Pai de família, não brigava com ninguém”: quem era o gari assassinado por empresário

Atualizado em 12 de agosto de 2025 às 13:03
O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior. Foto: Reprodução

Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi descrito como um “pai de família, com um coração gigante” por Ivanildo Gualberto Lopes, sócio-proprietário da empresa onde trabalhava, a Localix Serviços Ambientais. A vítima atuava como gari há quase oito anos e, segundo seu empregador, se destacava pela dedicação ao trabalho e pela preocupação com sua família.

“Ele não brigava com ninguém e sempre apaziguava qualquer situação”, afirmou Ivanildo. A tragédia ocorreu no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, na manhã de segunda (11/8). Laudemir foi assassinado durante uma discussão no trânsito, quando o suspeito, Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, se irritou com a presença do caminhão de coleta de lixo e fez ameaças à motorista.

Renê alegou que o veículo estava atrapalhando o trânsito e, armado, disparou contra Laudemir após uma discussão. O tiro atingiu a vítima na região torácica, causando sua morte horas depois no hospital. Ivanildo diz que o episódio foi um ato de extrema violência.

“É um crime que a gente não pode esperar de um ser humano normal. Eu não sei o que aconteceu de verdade, qual era o estado dele, se estava drogado, se tinha bebido, eu não sei. Eu acho que os exames têm que apontar isso para a gente saber responder melhor”, apontou.

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior. Foto: Reprodução

A comunidade e os colegas de Laudemir estão devastados pela perda. Ivanildo afirmou que a empresa e seus funcionários estão profundamente abalados, especialmente pela filha de Laudemir, que agora ficará sem o apoio de seu pai.

“Quem vai cuidar da filha dele agora?”, lamentou o empresário. A Localix, onde Laudemir trabalhava, manifestou tristeza pela tragédia e pediu justiça. “Queremos que a morte dele não seja em vão. Que as pessoas respeitem o gari que trabalha pela cidade”, disse Ivanildo.

A empresa está pedindo acompanhamento do Ministério Público para garantir que a punição do criminoso seja rigorosa. “Isso aconteceu simplesmente por falta de paciência com quem estava limpando a rua, trazendo bem-estar para a sociedade, trazendo saúde, deixando a cidade mais limpa”, prosseguiu.

O assassinato foi registrado por volta das 9h, quando Laudemir trabalhava na coleta de lixo. Renê, irritado com o tráfego, teria abordado o caminhão e feito ameaças à motorista. Após disparar, ele fugiu, mas foi preso horas depois em uma academia. O crime foi cometido com uma arma calibre .380, e a perícia recolheu cartuchos no local.