
O pai de Aiden Clark, um menino de 11 anos que morreu após a colisão de uma minivan dirigida por um imigrante haitiano com um ônibus escolar em Ohio, criticou duramente o ex-presidente Donald Trump e o senador J.D. Vance. Nathan Clark os acusou de serem “moralmente falidos” e de espalharem ódio às custas da morte de seu filho.
Durante um comentário público em uma reunião da Comissão da Cidade de Springfield, realizado uma hora antes do debate presidencial na última terça-feira (10), Clark afirmou: “Isso precisa parar agora.”
A morte de Aiden, ocorrida há pouco mais de um ano, gerou grande comoção na cidade, situada entre Dayton e Columbus. O incidente também intensificou a retórica anti-imigração direcionada aos milhares de haitianos que se estabeleceram na região desde a pandemia.
Na segunda-feira (9), a campanha de Trump divulgou nas redes sociais informações sobre Aiden, incluindo sua foto e a do motorista haitiano, Hermanio Joseph. No dia seguinte, Vance mencionou Aiden em uma postagem na plataforma X (antigo Twitter) descrevendo o caso como o assassinato de uma criança por um “migrante haitiano.”

Clark, acompanhado por sua esposa Danielle, iniciou seu discurso na reunião da comissão, que foi transmitida ao vivo, expressando seu desejo de que, se a morte de seu filho tivesse que ocorrer, fosse causada por um homem branco de 60 anos, apenas para evitar o bombardeio de “pessoas que vomitam ódio.”
“Meu filho não foi assassinado. Ele foi acidentalmente morto por um imigrante do Haiti”, afirmou. “Essa tragédia é sentida por toda esta comunidade, pelo estado e até pela nação, mas não transforme isso em ódio.”
Além disso, a colisão resultou em ferimentos em mais de 20 estudantes. Joseph, que dirigia com uma carteira de motorista inválida em Ohio, não teve evidências de consumo de álcool ou drogas encontradas em seu sistema. Em maio, ele foi condenado por homicídio culposo e pode cumprir até nove anos de prisão.
Vale destacar ainda que, desde a morte de Aiden em agosto de 2023, reuniões da Comissão da Cidade têm sido dominadas por queixas sobre imigrantes, com os participantes frequentemente fazendo comentários racistas e insinuando que os haitianos trouxeram doenças e crimes para a cidade. Essas alegações foram negadas pelas autoridades de saúde e pela polícia.