
O pai do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou uma foto ao lado do presidente Lula (PT) e sinalizou articulações para a eleição de 2026. Prefeito de Patos (PB), Nabor Wanderley divulgou nas redes sociais um registro com o petista nesta terça-feira (23), junto com a “chapa” com a qual pretende disputar uma das vagas ao Senado no próximo pleito.
A imagem foi feita durante a posse do novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, e reúne ainda o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP).
Petistas veem na movimentação uma tentativa de Nabor de se aproximar de Lula, já que o apoio do presidente pode ser decisivo na disputa ao Senado em 2026. A avaliação é que essa conjuntura pode influenciar também o posicionamento de Motta, cuja relação com o governo se desgastou ao longo do ano.
Apesar disso, dois políticos presentes ao evento afirmam que a foto não representa compromisso formal de apoio eleitoral, conforme informações da Folha de S.Paulo. Eles destacam que o registro foi publicado pelos políticos paraibanos, mas não foi replicado por Lula em suas redes.
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Disputa na Paraíba e divisão da base
O cenário eleitoral na Paraíba é tratado como um impasse para o Palácio do Planalto. Em 2026, estarão em disputa duas vagas ao Senado. João Azevêdo deve renunciar ao governo em abril para concorrer ao cargo, abrindo espaço para Lucas Ribeiro assumir o Executivo estadual e disputar a reeleição. Nabor Wanderley é o outro nome cotado para a chapa ao Senado.
Paralelamente, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), também deve deixar o cargo para concorrer ao governo e busca o apoio de Lula. O presidente, por sua vez, teria prometido respaldo ao senador Veneziano do Rêgo (MDB), que tenta a reeleição, o que mantém a base governista dividida em palanques distintos no estado.
Relação de Hugo Motta com o governo
Integrantes da política local avaliam que o caminho natural seria o PT repetir a aliança com João Azevêdo em 2026 e apoiar também Nabor Wanderley. No entanto, os conflitos entre Hugo Motta e o governo Lula dificultaram essa aproximação.
O presidente da Câmara confrontou o Planalto em votações relevantes, como a derrubada da MP de aumento de impostos, divergências em projetos de segurança pública, a pauta de redução de penas para Jair Bolsonaro e a tentativa de cassação de Glauber Braga.
Motta também se ausentou de eventos do governo, mas voltou a se aproximar de Lula no fim do ano, com a nomeação de Gustavo Feliciano para o Turismo e a aprovação de medidas fiscais envolvendo subsídios, bets e fintechs.