O episódio do cancelamento da palestra de Sergio Moro num evento de Direito ainda traz um detalhe especial.
O painel era patrocinado pela Apsen, uma das maiores fabricantes de cloroquina do país, investigada na CPI da Covid.
O protesto de juristas e professores fez com que a organização do 3º Encontro Virtual do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito do Brasil, Conpedi, barrasse a coisa.
Moro coordenaria o painel “O Papel do Setor Privado em Políticas Anticorrupção e de Integridade” na sexta-feira (25). Moro foi indicado pela UniCuritiba, programa de pós-graduação do Paraná.
“Necessitamos dizer, em alto e bom som, que consideramos um desrespeito a toda a comunidade jurídica do país e às suas instituições a possível presença daquele que foi declarado pelo Supremo Tribunal Federal como suspeito e parcial nos processos que dirigiu, em especial violando a Constituição e as mais básicas regras do Processo Penal brasileiro para alcançar interesses pessoais e políticos”, alertaram os juristas.
A Apsen Farmacêutica recebeu no ano passado R$ 20 milhões em empréstimo do BNDES.
O presidente da companhia, Renato Spallicci, é notório apoiador de Bolsonaro.