O “doleiro dos doleiros” Dario Messer relatou em mensagens trocadas com sua namorada, Myra Athayde, que pagou um mensalinho ao procurador da República Januário Paludo, da Lava Jato.
Os pagamentos estariam ligados a uma proteção em investigações a respeito de suas atividades ilegais, conta o UOL.
Os diálogos ocorreram em agosto de 2018 e foram obtidos pela PF do Rio de Janeiro na operação Patrón.
Messer diz a Myra que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Paludo.
“Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”, ela responde.
Os “meninos” citados por Messer são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca, que confessaram ter desembolsado US$ 50 mil por mês ao advogado Antonio Figueiredo Basto em troca de blindagem a Messer.
Paludo é um dos integrantes mais antigos e, digamos, emblemáticos da “força tarefa”.
Um dos grupos do Telegram que a Vaza Jato revelou se chamava “Filhos de Januário”.
Ele é parça de Dallagnol e amigo de Moro.
Segundo Deltan, “um dos pais fundadores do uso da colaboração premiada como técnica de investigação no Brasil”.
“Pais fundadores” é uma referência aos “founding fathers” dos EUA. Eis o grau de megalomania.
Januário Paulo é autor de alguns dos comentários mais repugnantes da série em que essa malta debocha da morte de parentes de Lula.
No dia 24 de janeiro de 2017, Marisa Letícia sofreu um AVC e foi internada no Sírio Libanês, em São Paulo.
“Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal”, escreveu Deltan Dallagnol.
“Estão eliminando testemunhas”, devolveu Paludo.
Dois anos depois, quando Lula não foi autorizado a sair da prisão para velar o irmão Vavá, o mesmo sujeito observou: “o safado só queria viajar”.
Vai ter coercitiva? Vai ter coletiva-show? A conja fará um post enigmático? Haverá delação premiada?
É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.