Pandemia não está no final, ao contrário do que diz o criminoso que ocupa o Planalto. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 11 de dezembro de 2020 às 11:21

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Presidente Jair Bolsonaro Foto: SERGIO LIMA / AFP

Por Luis Felipe Miguel

Assombrado por sua própria ideia de imperativo categórico, Immanuel Kant julgava que em cada mentira, mesmo nas menorzinhas, habitava a semente da destruição.

Hoje, em geral, apreciamos diferentemente diferentes tipos de mentiras. Algumas são até desculpadas, como as mentiras por polidez (quando elogiamos nossos anfitriões por uma refeição horrenda) ou por caridade (para elevar uma auto-estima deprimida ou manter alguma esperança em situações desesperadoras).
Mentirinhas que são contadas para enfeitar uma história ou ficar melhor na fita são aceitas como pecados veniais, pelo menos quando não se tornam compulsivas.
As mentiras usadas para se evadir de responsabilidades ou ganhar vantagens, como a de Bruno Covas dizendo que ele e Doria tinham recebido a prefeitura com um rombo no caixa deixado por Haddad, são mais graves. São em geral entendido como um traço lastimável, mas dificilmente evitável, da nossa humanidade.
E há um tipo de mentira que é absolutamente imperdoável: a mentira que coloca outras pessoas em risco.
Como dizer que, no Brasil, a pandemia está no “finalzinho”.
Não está: a curva de contaminações e mortes é crescente, com uma rede de saúde à beira do colapso. Não há plano nacional de vacinação. A perspectiva é de muitos meses de crise sanitária aguda pela frente.
Ao dizer que a pandemia está acabando, o criminoso que ocupa a presidência volta a boicotar as medidas de prevenção que são indispensáveis para salvar vidas.
Já contamos 180 mil mortos. Pelo andar da carruagem, chegaremos ao dobro antes que a Covid seja colocada sob controle.
Ele sabe disso. Mas mente, mesmo assim, porque convém à sua estratégia política.

É triste ter um canalha desse no poder. Mais triste ainda é ver que milhões de compatriotas continuam se espelhando nele.