O retorno à prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do político Jair Bolsonaro (PL), gerou grande instabilidade na família do militar e levantou preocupações sobre possíveis novos alvos dentro do clã.
Depois de depor no Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a áudios vazados nos quais expressou críticas ao ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF), o militar foi novamente detido no mesmo dia (22), seguindo ordens do STF.
O general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel, confidenciou a colegas das Forças Armadas seu receio de ser preso, assim como seu filho, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
A preocupação também afeta a esposa do militar, Gabriela Cid, que foi uma das 17 indiciadas, ao lado do marido e de Bolsonaro, pela Polícia Federal no inquérito sobre a falsificação de carteiras de vacinação contra Covid-19.
Por outro lado, o general Lourena Cid é alvo de investigação no inquérito das joias da Arábia Saudita, que envolve tentativas ilegais de apropriação por parte de Bolsonaro. O militar está sendo investigado por sua participação na comercialização irregular de presentes destinados ao Estado brasileiro.
Vale destacar que os familiares do ex-ajudante de ordens estavam protegidos pelo acordo de delação premiada assinado por Mauro Cid. No entanto, caso esse acordo seja anulado, todos perderão os benefícios garantidos até então.
Lourena Cid tem compartilhado com diferentes amigos a preocupação de que “o pesadelo não termina”. Em entrevista à repórter Paola Serra, o general expressou que a família está “surpresa e arrasada” com o retorno do filho à prisão.
Além disso, o militar afirmou não estar a par dos detalhes dos áudios nos quais seu filho critica Moraes e a Polícia Federal.