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Em entrevista publicada nesta terça-feira (03), pelo Corriere Dela Sera, o Papa Francisco afirmou que tentou viajar a Moscou para se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin. O intuito do encontro era para pedir o fim da guerra na Ucrânia, porém o líder da igreja católica ainda não recebeu respostas.
“É claro que era necessário que o líder do Kremlin permitisse algumas janelas. Ainda não recebemos uma resposta e continuamos insistindo, embora receie que Putin não possa e não queira ter esta reunião agora”, disse o Papa.
Segundo o pontífice, ele já conversou com Volodmir Zelenski, mas ainda não se encontrou com Putin. Eles já conversaram antes, quando o presidente ligou para o religioso para comemorar seu aniversário.
“Primeiro tenho que ir a Moscou, primeiro tenho que encontrar com Putin. Mas eu sou um padre, o que posso fazer? Fazer o que eu posso. Se Putin abrisse a porta…”, declarou o religioso.
O papa também falou sobre a questão do fornecimento de armas para os ucrânianos. “Estou muito longe da pergunta se é correto fornecer os ucranianos. O que está claro é que as armas estão sendo testadas naquela terra. Os russos agora sabem que os tanques são de pouca utilidade e estão pensando em outras. As guerras são travadas para isso: para testar as armas que nós produzimos”.
“O comércio de armas é um escândalo, poucos se opõem a ele. Há dois anos ou três anos um navio chegou a Gênova carregado com armas que tiveram que ser transferidas para um grande cargueiro para transportá-los para o Iêmen. Os trabalhadores portuários não quiseram fazê-lo. Eles disseram: vamos pensar nas crianças iemenitas. É uma coisa pequena, mas um gesto bonito. Deve haver tantos assim”, continuou
Além disso, ele revelou que em seu encontro com o presidente da Hungria, Victor Orban, o chefe do Estado húngaro assegurou que os russos “têm um plano e que em 9 de maio tudo terminará”.
“Espero que sim, para que também entendamos a velocidade da escalada nos dias de hoje. Porque agora não é só o Donbas, é Crimeia, é Odessa, está tirando o acesso ao Mar Negro de Ucrânia, só isso. Estou pessimista, mas temos de fazer todo o possíveis gestos para parar a guerra”, disse.