Papa Francisco pede mundo ‘mais inclusivo’ no Dia Mundial do Migrante e do Refugiado

Atualizado em 26 de setembro de 2021 às 19:11
Papa Francisco – Foto: Wwikimedia Commons

O papa Francisco pediu, neste domingo (26), “um mundo cada vez mais inclusivo”, por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

O papa, que vem de uma família de emigrantes italianos radicados na Argentina, fez do acolhimento dos migrantes um dos principais temas de seu pontificado, iniciado em 2013.

O profundo engajamento do papa ao lado dos migrantes se repetiu neste domingo.

“É necessário caminhar juntos, sem preconceitos e sem medo, ao lado daqueles que são mais vulneráveis: migrantes, refugiados, deslocados, vítimas do tráfico e abandonados”, declarou Francisco de uma janela do palácio apostólico na Praça de São Pedro, após a tradicional oração do Angelus.

Inúmeras vezes, nos últimos anos, Francisco denunciou as condições precárias de acolhimento dos refugiados na Europa, chegando a compará-las com campos de concentração.

Em março de 2016, ele chegou a lavar os pés de refugiados durante uma cerimônia, pedindo uma reflexão sobre abusos e perseguições.

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“Somos chamados a construir um mundo cada vez mais inclusivo, que não exclua ninguém”, insistiu.

“Uno-me àqueles que, em diferentes partes do mundo, estão celebrando este dia”, disse o pontífice ao saudar as numerosas comunidades estrangeiras que o ouviam na praça.

Ele pediu aos fiéis e turistas que fossem contemplar uma enorme escultura instalada na Praça de São Pedro em setembro de 2019. O monumento, um barco com 140 emigrantes de vários países, religiões e épocas históricas, representa esta inclusão sonhada pelo papa.

“Antes de deixar a praça, convido-os a se aproximarem daquele monumento ali, onde está o Cardeal Czerny: o barco com os migrantes, e parar e olhar para aquelas pessoas e ver naquele olhar a esperança que todo migrante tem hoje de começar a viver novamente. Vão até lá. Vejam esse monumento. Não fechemos as portas à sua esperança.”

Um pouco antes em sua fala, o papa havia denunciado o “fechamento”, que considera a “raiz de muitos males da história, do absolutismo que muitas vezes gerou ditaduras e de muitas violências contra os diferentes”.

Publicado originalmente do RFI