O próximo conclave, que vai eleger o novo Papa nos próximos dias, contará com uma maioria significativa de cardeais nomeados por Francisco. Dos cerca de 135 cardeais com menos de 80 anos e aptos a votar, 108 foram escolhidos pelo pontífice argentino ao longo de seu papado iniciado em 2013.
A eleição do novo Papa exige que dois terços dos cardeais eleitores cheguem a um consenso. Em 2013, Jorge Mario Bergoglio foi eleito após receber 116 votos entre 120 cardeais. Agora, com uma base formada majoritariamente por nomes de sua confiança, cresce a expectativa de continuidade em relação às reformas e à linha pastoral do religioso.
Entre os favoritos para assumir o cargo está Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Ligado a Francisco, Zuppi se destacou por missões de paz e é visto como um nome que pode manter o perfil de diálogo e abertura iniciado pelo papa argentino.
Outro candidato forte é o cardeal Luis Antonio Tagle, das Filipinas. Atual prefeito do Dicastério para a Evangelização, ele é considerado um símbolo da renovação da Igreja na Ásia e tem apoio entre setores que defendem a expansão do catolicismo em regiões estratégicas.
Com a maioria dos eleitores formada por cardeais criados por Francisco, analistas indicam que o conclave poderá reforçar seu legado.
Com as nomeações dezembro, Francisco terá nomeado 80% dos cardeais eleitores, aumentando sua influência em 7% desde o último consistório, realizado em 2023.
Uma análise do Pew Research Center aponta que, desde a eleição de Francisco em 2013, a representação europeia no Colégio Cardinalício tem diminuído, enquanto a presença de cardeais da África, Ásia-Pacífico e América Latina continua a crescer — tendência reforçada com esta nova leva de nomeações.
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