Publicado no blog de Paulo Lopes
O papa Francisco interveio nos Arautos do Evangelho, um grupo brasileiro ultraortodoxo que é tido uma dissidência da (TFP) Tradição, Família e Propriedade, da extrema-direita católica.
A informação foi divulgada no dia 28 de setembro de 2019 pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, presidida pelo cardeal brasileiro João Braz de Aviz.
A intervenção foi mencionada pela congregação como decorrência de “problemas administrativos e pastorais”, mas a verdadeira causa é conspiração contra Francisco.
Em junho de 2017, o jornal italiano La Stampa publicou um vídeo onde o monsenhor João Scognamiglio Clá Dias (foto), então chefe dos Arautos, afirma a integrantes do grupo que Satã lhe dissera ter o controle do papa.
De acordo com o vídeo, Dias disse ter recebido uma comunicação por escrito de Satã afirmando que “o Vaticano é meu, meu”.
“O papa faz o que eu quiser, ele é estúpido! Ele me obedece em tudo. Ele é a minha glória, ele está disposto a fazer tudo por mim, ele me serve”, escreveu o Satã ao chefe dos Arautos, sempre segundo o vídeo.
O monsenhor Dias disse que Satã sabia “que o papa vai morrer”.
Após o vazamento do vídeo, Clá Dias pediu demissão da direção do Arautos do Evangelho.
O grupo recorreu à Justiça ou à notificação extrajudicial para que as reproduções do vídeo fossem retiradas da internet.
Naquele mesmo ano, funcionários do Vaticano fizeram uma “visita apostólica” aos Arautos do Evangelho e às suas duas sociedades de vida consagrada, uma masculina (Virgo Flos Carmeli) e outra feminina (Regina Virginum).
Os Arautos se vestem como cavaleiros medievais, das cruzadas. Usam batina marrom e branca com uma grande cruz no peito.
Fanáticos, veneram Nossa Senhora de Fátima e Plínio Salgado (1895-1975), fundador da AIB (Ação Integralista Brasileira), partido com princípios fascistas.
O grupo é acusado de fazer exorcismo sem autorização da Igreja e lavagem cerebral em jovens [veja vídeo abaixo].
Papa nomeou o arcebispo emérito de Aparecida, cardeal Raymundo Damasceno, como interventor no Arautos, que terá a assessoria de dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, bispo auxiliar de Brasília, e da freira Márian Ambrósio, superior geral das Irmãs da Divina Providência.