
A morte de Marcelo Arruda não foi o primeiro caso de violência causada pelo bolsonarismo. Há anos apoiadores do presidente agridem ou matam opositores políticos. Todos foram incentivados ideologicamente pelo mandatário, que já disse querer “fuzilar a petralhada”.
Um dos primeiros e mais emblemáticos crimes de ódio causados pelo bolsonarismo foi a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes. Milicianos ligados ao presidente mataram a vereadora do PSOL e seu motorista em 14 de março de 2018.
Antes do assassinato da psolista, já havia registros de violência causada por apoiadores do então deputado federal. Em 2017, uma mulher foi agredida por por dizer que votaria em Lula. Ela havia parado em uma padaria da Rua Augusta para comer e foi questionada se votaria no petista ou no ex-capitão. Após a resposta, um homem começou a xingá-la e desferiu um soco no seu olho.
Em outubro de 2018 já tinham sido registrados pelo menos 50 ataques cujos autores são de extrema-direita. Foi nesse ano que a caravana de Lula foi atacada no Paraná. Um dos ônibus que acompanhava o ex-presidente foi atingido por três disparos de arma de fogo.
Meses depois, veículos que participavam de ato político com Fernando Haddad também foram atacados em Maringá, no mesmo estado. Um homem, que dirigia uma moto com um adesivo de Jair Bolsonaro, arrancou bandeiras dos petistas e quebrou os vidros dos carros com elas.
Ainda em 2018 bolsonaristas atropelaram o cineasta Guilherme Daldin, que vestia uma camisa com a foto do petista no centro de Curitiba (PR). O veículo foi jogado contra ele e o pneu passou por cima de seus pés. Nas redes, o autor do atentado fazia publicações de ódio e ameaças de morte contra quem apoia o PT.
Em outubro do mesmo ano, o mestre Moa do Katendê foi assassinado a facadas após revelar que apoiava Fernando Haddad, então candidato do PT à presidência. O caso ocorreu em Salvador (BA) após o primeiro turno das eleições. O assassino era um eleitor do atual presidente e cometeu o crime por discordar do voto da vítima.
Durante a eleição, bolsonaristas também atacaram a Casa do Estudante, em Curitiba. Um estudante da UFPR (Universidade Federal do Paraná) foi agredido por apoiadores do presidente por estar usando um boné do MST. Eles gritavam “aqui é Bolsonaro” enquanto o espancavam na praça do campus universitário.
Em 2019, após a posse de Bolsonaro, um apoiador seu matou um idoso a socos por discordar politicamente dele. Fábio Leandro Schwindlein matou Antônio Carlos Rodrigues após discussão sobre política na região central de Balneário Camboriú.
No ano passado, Rodrigo Pilha foi preso por faixa contra o presidente e torturado na prisão. O ativista foi espancado no Centro de Detenção Provisória II, em Brasília. Na ocasião, o agente penitenciário perguntou se ele não tinha vergonha de ser petista e disse que o presidente foi eleito para que pessoas como ele tomassem vergonha na cara.
No último mês de outubro, o radialista Jerry Oliveira, da Rádio Nordeste, foi ameaçado por um apoiador do presidente armado. O homem morava no mesmo bairro e usou uma arma para ameaçá-lo e dizer que “ninguém mais falaria mal do Bolsonaro”.
Dois meses depois, uma equipe de jornalistas da TV Bahia foi agredida por seguranças e apoiadores do mandatário em Salvador. Camila Marinho e o cinegrafista Cleriston Santana aguardavam a chegada do chefe do Executivo e, quando tentaram se aproximar do carro em que estava, foram impedidos por seguranças. Um deles aplicou “mata-leão” na jornalista.
Neste ano, ao menos três casos foram registrados além da morte de Arruda. No mês passado, um drone de pulverização agrícola foi usado por bolsonaristas para despejar fezes, urina e veneno sobre apoiadores de Lula em evento em Belo Horizonte (MG).
No dia 7 de julho, um bolsonarista lançou uma bomba caseira em ato do ex-presidente na Cinelândia, no Rio de Janeiro. No mesmo dia, apoiadores do presidente atacaram o juiz Renato Borelli, que prendeu o ex-ministro Milton Ribeiro. Seu carro foi atingido por ovos e fezes enquanto ele dirigia.
Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link