O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) se tornou paranoico e passou os quatro anos da gestão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e costumava dormir na casa de um amigo policial em Brasília quando viajava para vê-lo. A informação é da coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.
Ele evitava passar a noite no Palácio da Alvorada, por ter uma relação complicada com a madrasta, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Carlos também não gostava de dormir no apartamento que comprou na capital federal em 2020 e decidiu alugar o imóvel após a aquisição ser divulgada pela imprensa.
Segundo aliados, toda a paranoia estava relacionada ao temor de ser alvo de monitoramento ou de uma operação da Polícia Federal. Ele não recebeu nenhuma visita da corporação durante os quatro anos da gestão do pai e só recebeu a visita de agentes nesta segunda (29).
Ontem, a Polícia Federal realizou busca e apreensão no imóvel em que estava com o pai e os irmãos em Angra dos Reis (RJ), na casa do vereador na Barra da Tijuca (RJ), em seu comitê na cidade do Rio e no gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
A corporação suspeita que Carlos recebia informações do esquema ilegal de espionagem da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que usou o software de monitoramento FirstMile durante a gestão Bolsonaro para monitorar políticos e outras autoridades na gestão de Alexandre Ramagem.
Foram apreendidos três notebooks, quatro celulares e 11 computadores em endereços ligados ao vereador.