Parlamentares bolsonaristas desafiam Moraes e negam plano para “enforcá-lo”: “Factoide”

Atualizado em 4 de janeiro de 2024 às 23:21
Ministro Alexandre do Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Parlamentares bolsonaristas rebateram as declarações do ministro Alexandre do Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que teria sido alvo de um plano para assassiná-lo em meio aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Em entrevista ao Globo, o ministro afirmou que a intenção de parte dos golpistas era “prendê-lo e enforcá-lo” na Praça dos Três Poderes. “Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, disse.

“O terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição. Houve uma tentativa de planejamento”.

No X (antigo Twitter), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da Frente Parlamentar Evangélica, disse que a entrevista de Moraes é “gravíssima” e questionou “onde estão as provas?”. “O que a Polícia Federal fez? Prendeu as pessoas que iriam praticar tais atos? Quem são?”, perguntou.

Outro correligionário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a se manifestar foi o senador Carlos Portinho (PL-RJ). Na publicação, o parlamentar classificou o relato do ministro como “factoide”. “O Ministro Supremo lança um factoide para chamar atenção e se faz de vítima sem revelar nada além — como lhe compete. Eles estão sempre em busca dos holofotes. Exatamente o contrário do que recomenda a magistratura”, escreveu Portinho.

Deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) utilizou um canal no YouTube para comentar as declarações de Moraes. “Pessoas no domingo, desarmadas, pessoas de idade, senhorinhas de idade… Entraram em um prédio público vazio. Esse era o plano para sequestrar o ministro e tirar sua vida? É meio difícil de acreditar”, disparou.

No Instagram, o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) compartilhou um trecho da gravação publicada por Gayer e fez menção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Lula fazendo escola na arte de ‘se não temos narrativa… CRIAMOS UMA’. Quem acredita levanta o dedo! Eu NÃO”, escreveu.

“Quem planejou matar o ministro e quais são as provas desse plano?”, questionou o deputado federal cassado e ex-procurador Deltan Dallagnol. “Se o ministro era a vítima desses crimes, ele não deveria se declarar suspeito de julgar quem queria matá-lo?”.

Já o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) compartilhou um vídeo questionando “quem quis matar” o ministro. Segundo o parlamentar, “essa é a pergunta que todos nós queremos a resposta!”.

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