Partido Novo cria vaga de emprego sem remuneração e revolta estudantes

Atualizado em 11 de novembro de 2024 às 14:00
Evento do Partido Novo na Câmara de Vereadores de São José (SC). Foto: Divulgação

O Instituto Libertas, do partido Novo, divulgou vagas de trabalho sem remuneração e tem gerado revolta em estudantes. A entidade disparou um formulário para graduandos e pós-graduandos em Economia, Direito e outras áreas relacionadas à gestão pública para ajudar na transição de prefeitos eleitos, mas de forma voluntária.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, o formulário foi enviado a grupos de estudantes de instituições como USP (Universidade de São Paulo) e FGV (Fundação Getúlio Vargas). Alunos das universidades avaliam que as vagas deveriam ser enviadas a militantes e filiados ao partido.

O formulário com as vagas diz que elas são remotas e proporcionam “vivência prática das dinâmicas da gestão pública”, além de uma abertura para “caminhos para estudos acadêmicos posteriores com base nas experiências aprendidas”.

Em trocas de mensagens nos grupos, alunos da FGV e da USP afirmam que “chega a ser desonesto” por parte do partido. “Estamos falando de trabalho muito bem qualificado, que o Novo simplesmente não quer pagar”, diz outro estudante.

Formulário para vaga de emprego sem remuneração foi enviado a estudantes da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e da USP (Universidade de São Paulo). Foto: Divulgação

O instituto diz que a vaga é uma “experiência valiosa” e que ajuda a “formar novas lideranças”. “É uma experiência valiosa especialmente para jovens que desejam contribuir diretamente para o preparo da nova gestão, garantindo um início de mandato focado na prestação de bons serviços à população”, diz a organização

Estudantes das instituições reclamam, dizendo que o emprego oferece um “certificado de otário” e que o Novo “mostra novos jeitos de ser trouxa”.

O partido inova na intenção de explorar os trabalhadores num momento em que seus correligionários e demais representantes da extrema-direita batalham contra a PEC que propõe o fim da escala de trabalho 6×1.

Se deixar, a próxima defesa do Novo será a PEC 7×0, com sete dias de trabalho por semana com zero de remuneração no final do mês.

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