A defesa do pastor Átilla Mello, que foi preso na Operação Nero, da PF e da Polícia Civil do Distrito Federal, afirmou que, embora estivesse em Brasília em 12 de dezembro, ele não participou dos atos terroristas, que aconteceram no dia em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o advogado Renato Araújo, o pastor teria sido preso apenas por ter gravado críticas à prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com o Estadão.
“Ao invés disso, o sr. Átila, trabalhador e chefe de família, apenas estava naquele local no momento da prisão do indígena Cacique Sererê e fez uma veemente declaração de indignação por entender que a prisão do indígena fora inconstitucional. Por conta dessa declaração ter sido registrada em vídeo é que se deu a suposição equivocada do ministro do STF”, diz a nota assinada por Araújo.
A prisão temporária de Mello tem duração de 10dias. Após ser levado à sede da Superintendência da PF no Rio, no centro da capital fluminense, Mello foi transferido para Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte, onde segue detido.
Araújo afirmou ainda que não teve acesso aos autos do processo: “A defesa esclarecerá essa equivocada interpretação (sobre a participação de Mello nas depredações em Brasília) tão logo possa ter acesso aos autos, o que ainda não foi possibilitado porque, se é que existem autos, ainda não foram devidamente processados de forma que nem sequer há número localizador de um processo judicial”.
Ao todo, foram expedidas 11 ordens de prisão temporária. Os policiais também fizeram buscas em 21 endereços ligados aos investigados. A operação foi desencadeada em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio e no Distrito Federal.
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