Pastor convidado para a posse de Bolsonaro foi acusado de estelionato, preso por porte ilegal de armas, investigado por lavagem de dinheiro etc etc

Atualizado em 24 de dezembro de 2018 às 11:01
Valdemiro Santiago: convidado para a posse de Bolsonaro

Entre a turma esperada em Brasília para a posse de Jair Bolsonaro estão parentes, antigos parceiros de pescaria e líderes religiosos.

A família comparecerá em peso. A mãe, Olinda, de 89 anos, Renato, único irmão do presidente eleito, filhos, noras, cunhados, netos e sobrinhos.

Renato Bolsonaro, aliás, foi exonerado em 2016 da função de assessor especial parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo.

No cargo havia três anos, recebia R$ 17 mil mensais, mas não aparecia para trabalhar.

Mas os caciques evangélicos têm um lugar especial no evento.

Silas Malafaia e Valdemiro Santiago (da Igreja Mundial do Poder de Deus) confirmaram presença.

Dissidente da Universal, calcula-se que a empresa de Valdemiro conte com 4,5 mil filiais no Brasil e no exterior.

O homem é um fenômeno.

Em 2003, foi preso por porte ilegal de armas.

Tinha uma escopeta, duas carabinas e munição. Alegou que estavam sendo levadas para um amigo.

Em 2014, a Mundial teve bens retidos pela Justiça por causa de uma dívida de R$ 10 milhões com a Rede Bandeirantes.

O juiz citou, à época, o “absurdo número de processos” a que a organização respondia, “grande parte deles por inadimplência”, o que apontaria para uma “irremediável insolvência”, sem contar “o grande número de restrições de créditos diversas”.

Cartas enviadas a fiéis pediam que eles se passassem por “enfermos curados, ex-dependentes químicos e aleijados” para que as pessoas se compadecessem e doassem dinheiro para a aquisição de um canal de TV.

Em 2017, Valdemiro foi esfaqueado (como o chegado Jair) num templo. Aproveitou para faturar. Pediu R$ 8 milhões às ovelhas.

Disse que o câncer de Marcelo Rezende foi porque ele pediu que a “mão de Deus” pesasse sobre o apresentador, um “malfeitor”.

Rezende era autor de reportagens sobre Valdemiro como a que você pode ver abaixo.

Está vendendo “chaves ungidas” por R$ 300 reais para o povo entrar em 2019 “abençoado por Deus”.

Bolsonaro deve ganhar uma de presente.

Ao seu lado estará o presidente da Igreja Batista Atitude Central da Barra, frequentada por Michelle Bolsonaro, Josué Valandro Junior.

Valandro, sua organização e um pastor estão sendo processados pelo sumiço de R$ 700 mil de uma fiel. 

Não poderia estar fora do convescote o dono da Igreja Universal, Edir Macedo, que o mundo sabe quem é. Inclusive o Senhor.

Todos ungidos. Em compensação, não teremos os presidentes comunistas de Venezuela, Cuba e Nicarágua.

É isso o que importa, afinal de contas.

Talkei?