Pastor no RJ é denunciado por estelionato religioso após vender “kits de bênçãos”

Atualizado em 24 de setembro de 2025 às 22:05
Pastor Henrique Santini. Foto: Reprodução

O pastor Henrique Santini, 30 anos, fundador da Igreja Casa dos Milagres, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, foi denunciado por estelionato religioso nesta quarta-feira (24). A Promotoria chegou a pedir sua prisão preventiva, mas a Justiça negou o pedido e determinou o uso de tornozeleira eletrônica. Com informações da Folha de S.Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, Santini estruturou um call center para comercializar orações que seriam supostamente personalizadas. Fiéis pagavam por Pix e recebiam mensagens gravadas previamente pelo pastor. O esquema teria movimentado cerca de R$ 3 milhões em dois anos.

As investigações revelam que os atendentes do call center apresentavam os áudios como exclusivos para cada cliente. O material, no entanto, já estava pronto e era distribuído em massa. A estratégia explorava pessoas em busca de solução para problemas de saúde, vícios e dificuldades familiares.

A igreja do pastor Henrique Santini em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Foto: Divulgação/Folha

Santini acumula cerca de 8 milhões de seguidores nas redes sociais. Em suas transmissões, afirmava receber recados de Deus e prometia curas e libertações. Ele também vendia caixas chamadas de “kits de bênçãos” por R$ 220, além de cursos online voltados para prosperidade financeira.

O pastor é autor do ebook “A Maldição dos Pés para Trás”, no qual sustenta que maldições hereditárias ou espirituais seriam responsáveis por travar a vida dos fiéis. No material, critica líderes religiosos que cobram por serviços, apesar de comercializar seus próprios produtos digitais e presenciais.

Em publicação no Instagram, Santini afirmou ser alvo de perseguição religiosa e prometeu um pronunciamento para “revelar toda a farsa”. O processo segue em andamento, e ele permanecerá monitorado pela Justiça enquanto as investigações continuam.