Paulo Figueiredo contraria PL e defende tarifaço: “Achamos ótimo”

Atualizado em 23 de julho de 2025 às 12:18
O neto do ex-ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo, e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em frente à sede do Departamento de Estado do governo norte-americano. Foto: Reprodução
Aliado do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, o pseudojornalista Paulo Figueiredo contrariou a pressão da cúpula do PL (Partido Liberal) e saiu em defesa das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra produtos brasileiros.

“Achamos ótimo. O Brasil merece a tarifa Moraes”, declarou na terça-feira (22) ao jornalista Octavio Guedes, do G1, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, relator de ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

A declaração de Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, contrasta com a tentativa do PL de distanciar Eduardo da medida adotada por Trump. O partido avalia que as tarifas agravaram a crise da direita e cobra do deputado uma posição clara sobre seu envolvimento nas articulações internacionais.

Trump justificou a tarifa alegando que Bolsonaro sofre uma “caça às bruxas” e associou diretamente a decisão ao julgamento de Bolsonaro pelo STF, ignorando dados oficiais que mostram superávit dos EUA no comércio com o Brasil.

Figueiredo confirmou que ele e Eduardo buscavam sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky. “Mas o presidente Trump entendeu que o melhor caminho para obter os resultados que ele acha que são do interesse dos Estados Unidos é outro. E, ainda assim, achamos ótimo”, concluiu.

Eduardo se empolga com ameaça de Trump e promete novas ações dos EUA contra Moraes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

PL perde a linha com Eduardo Bolsonaro

Para lideranças do PL, Eduardo Bolsonaro tem inflamado ainda mais a crise entre a direita brasileira e os Estados Unidos, após o tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros.

Internamente, a avaliação é de que o “bananinha” estaria “incontrolável”, não ouviria ninguém dentro do partido e não teria contribuído com propostas para resolver a crise instaurada.

Integrantes da cúpula da sigla afirmam que o comportamento do filho “03” de Bolsonaro prejudica a coesão partidária num momento “sensível” e que sua conduta tem acentuado o isolamento político do grupo bolsonarista.