
Paulo Figueiredo, ex-comentarista da Jovem Pan e neto do general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar, pode se tornar o primeiro réu julgado à revelia pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Com informações do Estadão.
Denunciado há três meses pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga a tentativa de golpe, Paulo Figueiredo não apresentou defesa e, segundo interlocutores da Corte, não deve fazê-lo. Atualmente, ele reside nos Estados Unidos.
A Defensoria Pública da União (DPU) recusou o pedido do ministro Alexandre de Moraes para assumir sua defesa, alegando não conseguir localizá-lo, o que inviabilizaria a atuação adequada.
A PGR afirma que Figueiredo utilizou sua influência no meio militar, principalmente por meio de programas de rádio e televisão, para estimular ataques a generais e ampliar o apoio à tentativa de golpe. Ele é o único integrante do chamado quinto núcleo da denúncia, que investiga os responsáveis pela disseminação de ideias golpistas.
Figueiredo ironiza denúncia e pode ser julgado sem defesa
Logo após ser denunciado, em fevereiro, Figueiredo publicou nas redes sociais que se sentia “honrado” por fazer parte da acusação. “Estou honrado em estar ao lado de patriotas neste documento histórico que reflete a ditadura na qual vivemos”, escreveu no X (antigo Twitter).
Como não foi oficialmente intimado e segue sem advogado no processo, cresce a possibilidade de que Paulo Figueiredo seja julgado à revelia, ou seja, sem apresentar defesa ou contestar as acusações. Se confirmado, será o primeiro caso desse tipo no STF relacionado ao inquérito da trama golpista.
Acabo de ver no noticiário que fui denunciado pela PGR. Estou honrado em estar ao lado de patriotas neste documento histórico que reflete a ditadura na qual vivemos. Vamos vencer e todos os agentes públicos que se utilizam das suas posições para perseguir opositores políticos…
— Paulo Figueiredo (8) (@pfigueiredo08) February 19, 2025
STF julga núcleo militar nesta terça-feira
Além do caso de Figueiredo, o STF se prepara para julgar nesta terça-feira (20) o chamado núcleo três da investigação, que envolve 11 militares do Exército e um agente da Polícia Federal. A denúncia da PGR aponta que esse grupo participou de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Os dois primeiros núcleos da denúncia já foram aceitos pelo STF. O chamado núcleo central, considerado o mais importante, inclui nomes como o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de generais e ex-ministros do seu governo.
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