Paulo Gustavo se soma aos 410 mil mortos pela Covid num Brasil governado por um genocida. Por David Arcaide

Atualizado em 4 de maio de 2021 às 23:15
Paulo Gustavo | Divulgação

Para algumas crenças, ela é um presente, um chamado a sentar ao lado de Deus. Para outras, um castigo por não ter sido “bom” de acordo com mandamentos do mesmo Deus. Ela não avisa, mas pode ser evitada ou, pelo menos, abreviada. Mas nem sempre está me nossas mãos somente, mas nas mãos de todos.

Sim, me refiro a morte. Ela chega a todos nós, porque não somos eternos e temos prazo de validade. Nosso comportamento, a forma como cuidamos da nossa saúde, determinada esse prazo, embora muitas vezes dá-se sorte e fugindo as estatísticas da morte, vivemos mais do que imaginamos.

Mas e quando a morte não é apenas uma questão de eu me cuidar, mas de um coletivo de pessoas evitarem ao máximo, compartilharem os mesmos espaços a fim de garantir a manutenção da vida? E quando trata-se de um investimento em políticas públicas, em campanhas de conscientização, em desenvolvimento do melhor tratamento, dos antibióticos, de vacinas?

Somos 410 mil mortos. Hoje, perdemos um grande ator, diretor, comediante, gente humana como poucos na arte conseguem ser, e que logicamente não está acima da dor dos 410 mil mortos, mas amplificada essa dor nacional, talvez por ser famoso e humano.

O ator Paulo Gustavo estava em um bom hospital, sendo acompanhando por excelentes especialistas, tendo um atendimento ímpar. O covid venceu a batalha, após dois longos meses de luta.

Seu talento, alegria, forma impressionante de improvisar no palco, seus personagens que estão eternizados, ficarão na memória dos brasileiros. Hoje ele se soma aos 410 mil que morreram por decorrência do covid, por falta de investimento na vacina porque o Brasil é governado por um genocida, assassino, negacionista, miliciano que não está nem aí para quantos vão morrer, porque para ele cada morte a mais, é um custo a menos para o Estado. Ele torce pelos CPFs cancelados, como quem torce no paredão do BBB.

A morte dele poderia ter sido evitada ano passado. A dos 410 mil, poderiam ter sido evitadas em março do ano passado se tivéssemos um governo sério, comprometido com a vida e tivesse decretado lookdown severo, nas primeiro dias do ano de 2020, quando o vírus adentrou as portas do país e fez sua primeira vítima fatal: uma empregada doméstica negra, que foi infectada pelo seus patrões, brancos que voltaram de uma viagem da Europa.

Dali em diante, tudo foi escolha do Jair Messias Bolsonaro. Ele poderia ter colocado o Brasil a frente do combate. Poderia ter feito do Brasil, uma referência na busca pela vacina. Poderíamos hoje, ser uma excessão no mundo ocidental, no combate ao covid-19, mas ele escolheu colocar o Brasil na sola do sapato dos yankees, representados por outro genocida, Donald Trump.

São milhares de Paulos, Gustavos, Marias, Sônias, Joses, Guilhermes, Fransciscos, etc, que foram assassinados.

A CPI nos dará a resposta? Nós libertará desse genocida? Espero que sim, porque o Covid que está tirando o ar do Brasil, e se chama Jair Messias Bolsonaro.