Paulo Nogueira, em 2016: “O melhor da carreira de Haddad ainda está por vir”

Atualizado em 15 de setembro de 2018 às 7:45
Muito pela frente
Muito pela frente

Este artigo foi postado em outubro de 2016 e está sendo republicado por razões óbvias

Existem derrotas e derrotas.

Marta, por exemplo. Para ela, o resultado deste final de semana equivaleu a um 7 a 1. Traiu, golpeou, abraçou-se a Temer e a Cunha — e se estrepou.

Agora vejamos Haddad.

Os 16% podem ser considerados, sem exagero, uma vitória moral.

Haddad assou quatro anos sob o bombardeio da mídia em seu jornalismo de guerra destinado ao extermínio do PT.

Imagine o paulistano em seu dia a dia. Pega o carro e liga numa rádio, Jovem Pan, CBN, Band.

Pau em Haddad todos os dias. Todos os momentos.

Depois, o cidadão chega em casa e sintoniza a GloboNews. Haddad continua apenas a apanhar.

Os jornais paulistanos seguem no mesmo ritmo: só ataques.

Assim foi a vida de Haddad nestes quatro anos.

E no entanto se pode dizer sem exagero que ele revolucionou a cidade. As bicicletas, as faixas de ônibus, a Paulista liberada aos domingos. O foco nos desvalidos, nos esquecidos.

Tudo sob bombardeio.

E ele foi adiante, e adiante, e adiante. Não se curvou, não voltou atrás. Combateu o bom combate, para usar a grande expressão de São Paulo.

Sai da prefeitura muito maior do que entrou.

É jovem. Aos 53 anos, é um nome de brilho na esquerda brasileira. No PT, especificamente, é segundo apenas adiante de Lula.

Seria um candidato respeitável para qualquer cargo no futuro, incluído aí o de presidente da República.

Compare-o com Temer. Ou mesmo com Alckmin, o provável homem do PSDB para a presidência em 2018. Ou com Marina.

É uma torre em meio a murinhos.

Evoco aqui Churchill. Numa frase célebre, no calor da guerra com Hitler, ele disse. “Não é o fim. Não é sequer o começo do fim. Mas pode ser o fim do começo.”

Para Haddad, é o fim do começo de sua carreira política.

O melhor está por vir.