
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou que a COP30, em Belém, marcará um ponto de inflexão na política ambiental global. Pela primeira vez, o modelo de florestas produtivas fará parte das deliberações oficiais da conferência, unindo preservação da Amazônia e desenvolvimento econômico de alta rentabilidade.
Teixeira será um dos participantes do “Seminário Pós-COP30”, organizado pelo DCM e pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), que ocorrerá três dias após o encerramento da conferência, em 24 de novembro na sede da instituição, na Rua General Jardim, 522, no bairro Vila Buarque, na capital paulista.
As inscrições para o evento podem ser feitas clicando aqui.
“Estamos lançando o maior programa mundial de reflorestamento com esse propósito: que a árvore de pé dará mais resultado econômico para as populações amazônicas do que a árvore deitada”, afirmou Teixeira em entrevista ao DCM ao Meio-Dia da última quinta-feira (23).
A entrevista de Paulo Teixeira ao DCM:
O ministro explicou que o Brasil investiu um bilhão de dólares em um fundo internacional para florestas tropicais. Os rendimentos desse fundo serão aplicados em países que mantêm suas áreas preservadas.
“Ninguém vai mais pedir dinheiro como esmola para manter a floresta em pé”, disse.
O programa prevê reflorestamento com espécies nativas — como açaí, cacau, dendê, cupuaçu e andiroba — em áreas degradadas da Amazônia. Já conta com R$ 250 milhões destinados a 231 mil famílias, com recursos do BNDES, da Caixa e do próprio ministério. No total, 17 cooperativas e 80 assentamentos participarão da recuperação de 10 mil hectares.
Segundo Teixeira, as chamadas florestas produtivas oferecem rentabilidade dez vezes maior que a soja e a pecuária, além de envolver diretamente as comunidades locais na preservação.
“Preservação sem gente, não. É preservação com gente”, destacou.
O ministro também defendeu a regularização fundiária como parte essencial da política ambiental.
“A destruição, o fogo e o desmatamento normalmente ocorrem nas terras de ninguém”, afirmou, citando investimentos de R$ 140 milhões do INCRA para o processo.