PCC investiu R$ 5 milhões nos planos de resgate de Marcola e para atacar Moro

Atualizado em 23 de março de 2023 às 0:25
Senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Foto: Reprodução

O ataque às autoridades, plano do PCC, estava pronto para ser executado quando o promotor Lincoln Gakiya e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, desembarcaram em Brasília, em janeiro. As informações são do Estadão.

Gakiya e Sarrubbo traziam a informação de que o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e a sua família estavam sendo seguidos pela Sintonia Restrita, o setor de operações especiais do PCC.

O promotor era outro dos alvos do plano do PCC, ao lado de agentes penitenciários e policiais de Mato Grosso do Sul e de Rondônia.

Os atentados contra autoridades era chamado de Plano B na facção porque o Plano A – o objetivo principal dos bandidos – era o resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção.

Havia seis meses que os bandidos comandados por Janeferson Aparecido Mariano, conhecido como Nefo ou NF, receberam a ordem para monitorar Moro. Os criminosos alugaram chácaras na região de Curitiba – em uma delas foi construída uma parede falsa em um dos cômodos para esconder armas e dinheiro.

Nefo também alugou uma casa próxima da residência da família Moro e uma sala comercial ao lado do escritório do senador, em Curitiba. Os bandidos fotografaram o cotidiano do casal e de seus filhos.

Marcola, líder da organização criminosa PCC. Foto: Reprodução

Investigadores do caso acreditam que a vigilância tinha como objetivo o sequestro do senador e da sua família, que seriam mantidos reféns para obrigar o Estado a negociar a libertação de Marcola ou sua retirada do sistema penal federal. Os investigadores calculam que a facção gastou cerca de R$ 5 milhões nos planos de resgate de Marcola – os Plano A e B.

“O resgate de Marcola é questão de honra para o PCC. Dinheiro tem de sobra”, afirmou Gakiya ao Estadão. “Nós acreditamos que ele [o plano] só não foi posto em prática porque faltou a ordem do Marcola”, acrescentou.

Após o alerta dado pelo promotor, a PF passou a monitorar números de telefones e obteve quebras de sigilo para identificar os envolvidos na operação e localizá-los.

Há mais de um ano, a inteligência do Departamento Penitenciário Federal (Depen) e a PF acompanhavam as movimentações e diálogos mantidos por Marcola e outros presos da facção na penitenciária federal de Brasília. O plano envolvia o treinamento de mercenários na Bolívia e arregimentação de integrantes do chamado Novo Cangaço para a invasão do presídio e resgate de Marcola.

Em razão da descoberta do plano, o Depen transferiu o criminoso em março de 2022 para o presídio federal de Rondônia, onde a organização criminosa traçou um novo planejamento para a fuga de seu líder. Com informações do Estadão.

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