Carlos Rocha, autor do relatório do Partido Liberal sobre as urnas eletrônicas, diz que não falou sobre “votos” no documento, mas do mau funcionamento dos equipamentos. O estudo foi usado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Marcelo Bessa, advogado da sigla, para pedir anulação de urnas usadas no segundo turno da eleição.
“Eu não falei de votos”, afirmou o engenheiro eletrônico ao UOL Notícias. “A minha análise é técnica. A urna funcionou bem? Era o objetivo. Ou tem indício de mau funcionamento? Tem indício de mau funcionamento”, prosseguiu. Ele é presidente do IVL (Instituto Voto Legal), empresa contratada pelo PL para fazer o documento.
Segundo o relatório entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o suposto erro no log das urnas (registros dos equipamentos) teria prejudicado Jair Bolsonaro, que perdeu para Lula no segundo turno. O documento pede ao tribunal para que sejam anulados os votos registrados em 279 urnas, ou seja, 59% do total.
Alexandre de Moraes, presidente do TSE, pediu ao PL para que também peça a nulidade do primeiro turno das eleições, já que as urnas foram as mesmas usadas na segunda etapa da disputa. Questionado se o relatório poderia influenciar a eleição para governador, senador e deputado federal, Rocha respondeu:
“Posição difícil. Peguei um trabalhinho e não imaginei que iria tão… Aí, você pergunta: ‘Por que não compara isso com aquilo?’ Porque existe uma técnica. É como calibrar um pneu. Por que você não troca pneu com chave de fenda? Porque você precisa usar uma chave de roda”.