Pela primeira vez na década, Globo fica dois anos sem ganhar Emmy

Atualizado em 20 de novembro de 2018 às 11:38
Logotipo da Globo. Foto: Divulgação

Daniel Castro no site Notícias da TV informa que a crise que afeta as redes de TV brasileiras desde 2014 e os investimentos da Globo em streaming estão se refletindo no Emmy Internacional, a principal premiação da televisão mundial. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil passou em branco na cerimônia da Academia Internacional de Artes e Ciências Televisivas, realizada ontem (19) à noite em Nova York. O último Emmy Internacional conquistado pelo país foi o de Verdades Secretas (2015), em novembro de 2016.

É a primeira vez que a TV brasileira passa por uma secura desse tamanho desde 2009, quando Caminho das Índias, de Gloria Perez arrematou a primeira estatueta de telenovelas da história do Emmy Internacional. Foi nessa época que a Globo passou a investir na premiação, que chama exageradamente de “Oscar da Televisão”, inscrevendo seus programas e colocando dinheiro nos cofres da organização, na qualidade de patrocinadora.

Desde 2009, a Globo só voltou das mãos vazias da festa de gala à black-tie em 2010 e em 2017. HBO e Fox sempre concorreram, mas nunca venceram. A Record chegou a esboçar uma competição, muitos anos atrás, mas viu que não era páreo para a Globo, ainda mais sem ser patrocinadora.

Nesta década, foram cinco Emmys de telenovelas consecutivos para a Globo (para O Astro, Lado a Lado, Joia Rara, Império e Verdades Secretas), dois para séries (A Mulher Invisível, em 2012, e Doce de Mãe, em 2015), um de atriz (Fernanda Montenegro, pelo especial de fim de ano Doce de Mãe, em 2013), uma para o Jornalismo (Jornal Nacional, em 2011) e um especial, para Roberto Irineu Marinho, em 2014. Até Grazi Massafera concorreu.

Neste ano, a bem da verdade, a Globo praticamente não disputou o Emmy, mesmo tendo inscrito A Força do Querer, fenômeno de público e audiência em 2017. Seu único produto na final era a minissérie José Aldo – Mais Forte que o Mundo, originalmente um longa-metragem coproduzido pela Globo Filmes e posteriormente adaptado para a TV. Perdeu para Orange in an Orange Shirt, telefilme da BBC inglesa sobre dois casais homossexuais em dois tempos (1940 e dias atuais).