
Nesta quarta-feira (12), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai bloquear 1,2 milhão de benefícios do Bolsa Família, cadastrados como famílias unipessoais. Famílias que não apresentavam mais perfil para receber o benefício ou que deixaram de sacar há mais de seis meses também terão o cadastro cancelado, somando 125 mil.
As pessoas que tiverem o benefício bloqueado vão receber uma mensagem no celular ou poderão ver essa informação no aplicativo ou no extrato bancário. Esses indivíduos terão 60 dias para regularizar a situação, se for o caso.
O governo está passando um “pente-fino” num total de 6 milhões de cadastros de pessoas que entraram sobre os quais há indícios de irregularidades. Para o ministro da pasta, Wellington Dias, a estimativa é que 4 milhões podem não se encaixar nos critérios.
No início do ano, 1,5 milhão de pessoas com renda superior ao exigido pelo programa tiveram o benefício cancelado por renda incompatível com o programa. Vale destacar que a maior parte das possíveis irregularidades investigadas está nas famílias unipessoais, formadas por apenas um membro, somam 5,5 milhões dos 6 milhões de cadastros.

“Na primeira leva, encontramos pessoas com renda elevada. Agora, qual situação encontramos? Uma família em que o marido se inscreveu, a esposa se inscreveu, o filho se inscreveu. Ou, seja, três pessoas da mesma família inscritas como se fossem três famílias”, disse Wellington Dias ao jornal O Globo.
“O Bolsa Família tem um foco na família, o que se deseja é que se garanta a condução de uma renda que possa trazer um padrão de renda para suprir consumo”, afirmou. “A atuação é para verificar quem de fato mora sozinho mesmo e quem mora com a família. Segundo o ministro, quem mora sozinho mesmo, pode e deve se manter como unipessoal. Quem mora com a família, vai precisar estar no cadastro da família.”
O ministro ainda ressaltou que o Cadastro Único para Benefícios Sociais (CadÚnico) está passando por amplo processo de correção, melhoria dos registros e identificação das famílias inscritas. Além disso, as chamadas buscas ativas, ou seja, quando o próprio governo vai atrás dos beneficiários, também faz parte do processo.