Perfil do Instagram com o nome do presidente manda mensagens cifradas a bolsonaristas

Uma página do Instagram tem enviado mensagens cifradas a bolsonaristas. O perfil @bolsonaro.tv vem fazendo publicações com fotos do presidente para incentivar atos golpistas pelo país. Desde a derrota do chefe do Executivo para Lula nas eleições, no dia 31 de outubro, a página já fez 47 postagens. A informação é do Estadão.

O perfil tem 600 mil seguidores e conta com o selo de verificação da plataforma, que atesta sua autenticidade. Segundo o ex-candidato a deputado federal pelo PL Tacimar Hoendel, a página seria do próprio presidente.

“Vocês viram essa publicação do Bolsonaro no ‘bolsonaro.tv’? É um sino com um tracinho, como se fosse ‘proibido sino’. Você sabe o que significa sino nas Forças Armadas? Significa desistência. Quando você toca o sino, você desiste, abandona. O capitão postou ‘proibido tocar o sino’, proibido abandonar, proibido desistir. Galera, vamos para a rua, vai para a porta do Exército, vem para Brasília”, afirmou.

Nos comentários das publicações da página, bolsonaristas tentam decifrar as mensagens que o presidente estaria passando, como se fossem enigmas. Alguns interpretam como se Bolsonaro estivesse os incentivado a ir às ruas e manter os protestos golpistas.

No último sábado (26), o perfil publicou uma foto do presidente ao lado de oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras e escreveu: “não há enigmas na imagem. Apenas uma imagem”. A postagem, entretanto, é acompanhada por música do The Police que diz “não há solução política para nossa problemática evolução, não há fé na Constituição, não há uma porcaria de revolução”.

O perfil @bolsonaro.tv tem sido visto como uma forma de comunicação oficial do presidente por conta de sua ausência em outras redes sociais. No Twitter, por exemplo, Bolsonaro só fez quatro publicações desde que foi derrotado no segundo turno das eleições.

A página tem o mesmo nome do aplicativo “Bolsonaro TV”, lançado pelo clã no início do ano. Rogério Cupti de Medeiros Junior, ex-funcionário de Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio, é o desenvolvedor da plataforma. O Palácio do Planalto, no entanto, não confirmou se a página pertence à família ou é mantida por ela.

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