Permitir padres casados é maneira para ordenar sacerdotes indígenas, diz Dom Erwin Kräutler

Atualizado em 9 de outubro de 2019 às 21:48

Do G1:

Ganha força no Sínodo da Amazônia a proposta de que homens casados possam se tornar padres da Igreja Católica para atuar na região. Embora o evento ainda esteja bem no começo – vai até o dia 27 de outubro – já se ouve com frequência o tema dos chamados “viri probati”, isto é, homens católicos de boa reputação que podem acabar sendo ordenados ao sacerdócio, mesmo sendo casados.

Uma das vozes mais visíveis da Igreja na Amazônia, Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu, conversou com a imprensa nesta quarta-feira (9) e defendeu que a mudança é essencial caso os católicos queiram ter membros do clero que sejam provenientes das comunidades indígenas.

“Não há outra possibilidade. No seio dos povos indígenas, eles não entendem [que o padre seja celibatário, solteiro]”, comentou. Dom Erwin brincou que quando visita algumas comunidades, os indígenas perguntam “Onde está sua mulher?” Como bispo, ele é celibatário, ou seja, não pode se casar.