Destaques

Peru vai às urnas neste domingo com Castillo e Fujimori disputando a presidência

O professor e agricultor Pedro Castillo tenta uma vitória histórica contra a direitista Keiko Fujimori

Publicado originalmente no site Brasil de Fato

Peruanos e mexicanos votam na manhã deste domingo (6), em plena pandemia de covid-19, para eleger seus representantes em um contexto de polarização política e tensão.

LEIA – Última pesquisa aponta empate técnico no Peru, com vantagem para o esquerdista Pedro Castillo

No país andino, está em disputa o segundo turno das eleições presidenciais. São esperados cerca de 25 milhões de eleitores, que deverão escolher entre Pedro Castillo (Peru Livre), de esquerda, e Keiko Fujimori (Força Popular), de direita.

LEIA MAIS – Castillo pode ser primeiro socialista a governar o Peru

No México, os cidadãos elegerão 500 membros da Câmara de Deputados, 15 dos 32 governadores estaduais e prefeitos em 1,9 mil municípios. Com quase 94 milhões de eleitores habilitados, o pleito é considerado o maior da história do país.

Resultado imprevisível no Peru

Considerado um “azarão” pela mídia local, Castillo foi o mais votado no primeiro turno, chegou a abrir 20 pontos de vantagem, e hoje lidera em todas as pesquisas eleitorais com vantagem mínima.

Professor e sindicalista, ele tem como principais bandeiras a defesa da educação, o combate à pobreza e ao neoliberalismo.

A adversária é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000) e disputa a Presidência pela terceira vez. Se na campanha de 2016 a estratégia foi “suavizar” sua imagem, apresentando-se como democrata e moderada, desta vez Keiko apela descaradamente ao fujimorismo.

Integrantes do partido Peru Livre acusam a mídia local e os apoiadores de Fujimori de praticar terruqueo, termo que em português pode ser entendido como criminalização, ou falsas acusações de terrorismo.

O medo é um dos pilares da campanha de Fujimori, que alerta para uma “ameaça democrática”, que seria representada por Castillo, e para possíveis consequências econômicas de uma vitória do adversário, comparando-o a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, alvo de sanções econômicas dos EUA.

Violência e favoritismo no partido de Obrador no México

Dos 500 deputados que serão eleitos no México neste domingo, 300 entram por maioria simples em cada um dos distritos, e os demais pelo princípio de representação ou legenda, como no Brasil.

Eles tomarão posse a partir de 1º de setembro.

O partido Movimiento Regeneración Nacional (Morena), do presidente de centro-esquerda Andrés Manuel Lopez Obrador, faz parte da coligação “Juntos fazemos história”, que lidera as pesquisas com cerca de 49% das intenções de voto nos 183 distritos em que lançou candidatos.

A coligação reúne ainda o Partido do Trabalho (PT) e o Partido Verde Ecologista do México (PVEM).

Se os resultados das pesquisas se confirmarem, López Obrador deve perder os dois terços que hoje tem na Câmara, mas manter a maioria simples.

Hoje, o presidente tem 334 deputados aliados. A principal coligação de oposição, que reúne o Partido Ação Nacional (PAN), o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o Partido da Revolução Democrática (PRD), tem 137 e, segundo as pesquisas, poderia chegar a 160.

Para aprovar o orçamento, por exemplo, basta maioria simples no Congresso. Mudanças na Constituição, por outro lado, exigem maioria qualificada (dois terços).

Um dos principais temas em disputa é a privatização do setor de energia, que avança no Legislativo. Com maioria qualificada, Lopez Obrador teria mais condições de frear esse processo, como prometeu na campanha presidencial.

Mais que qualquer assunto, o que chama atenção na eleição mexicana é o alto índice de violência. A campanha terminou no último dia 3 com um saldo de 89 assassinatos de políticos. Dentre as vítimas, 34 eram candidatos no atual pleito. Outros 750 postulantes a cargos públicos foram agredidos.

Esses números, registrados nos últimos nove meses, fazem da atual campanha a mais violenta da história.

Acompanhe a apuração e a repercussão dos resultados no Peru e no México no Brasil de Fato. Nos dois países, a votação começa pela manhã e termina no fim da tarde. Os primeiros resultados parciais serão divulgados ainda neste domingo.

Diario do Centro do Mundo

Disqus Comments Loading...
Share
Published by
Diario do Centro do Mundo

Recent Posts

Entenda o caso da herdeira da Copag desaparecida de condomínio de luxo no Rio

O desaparecimento de Regina Gonçalves, herdeira da Copag, produtora de baralhos, de 88 anos, deixou…

47 minutos ago

“Será um inverno longo”, diz Haddad sobre combate à extrema-direita

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre o primeiro ano do terceiro mandato do…

57 minutos ago

“Prova de vida”: entenda por que o INSS cortou os benefícios de Fernanda Montenegro

O INSS cortou os benefícios de aposentadoria e pensão por morte de Fernanda Montenegro, atriz…

1 hora ago

Inteligência dos EUA exime Putin de culpa pela morte de opositor, diz jornal

O The Wall Street Journal informou do último sábado (27), creditando a fontes anônimas ligadas…

2 horas ago

Daniel Silveira: por 11 0, STF nega a progressão de pena a ex-deputado bolsonarista

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade (11 votos a 0) contra o pedido…

3 horas ago

Esquema do PCC de fraude em licitações envolvia entrega de propina em pacotes

O esquema de corrupção em processos de licitação dirigido por dois acusados de fazerem parte…

9 horas ago