
A três semanas das eleições legislativas de 26 de outubro, uma nova pesquisa da consultoria Zubán Córdoba indica um cenário adverso para o governo argentino. Segundo o levantamento, 64,7% da população desaprova a gestão de Javier Milei, enquanto apenas 35,3% a aprovam.
O estudo, realizado entre 28 de setembro e 4 de outubro com 1.900 entrevistados, confirma a queda de popularidade do presidente. Em novembro do ano passado, Milei tinha 47,3% de aprovação e 52,7% de rejeição. Desde então, os índices negativos cresceram de forma contínua.
A imagem pessoal do presidente também se deteriorou: 63,2% dos argentinos afirmam ter uma visão negativa dele, contra 36% de aprovação. A secretária da Presidência e irmã do mandatário, Karina Milei, enfrenta ainda mais rejeição — 70,4% dos entrevistados declararam avaliá-la de forma negativa.

O descontentamento ocorre em meio a uma série de dificuldades para o governo. Após a derrota nas eleições provinciais de Buenos Aires no início de setembro, a gestão Milei enfrentou protestos de produtores rurais frustrados com a revogação da eliminação das retenções, que durou apenas 48 horas e beneficiou grandes exportadoras como Bunge Global, Cargill, Louis Dreyfus e Molinos. Além disso, aumentam as suspeitas de corrupção e as acusações contra José Luis Espert, principal candidato do oficialismo na província de Buenos Aires, por supostos vínculos com um narcotraficante.
Questionados sobre a frase de Milei de que “o pior já passou”, 65,3% dos argentinos disseram discordar, enquanto 32,6% concordam com o presidente.
Com relação às eleições legislativas de outubro, 56,7% dos entrevistados acreditam que o governo perderá, enquanto 33,1% acham que vencerá.
A pesquisa também mostra desconfiança em relação aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) sobre a redução da pobreza no país: 64,2% disseram não confiar nos números, e apenas 34,9% afirmaram acreditar neles. Da mesma forma, 64,1% rejeitam a declaração de Milei de que “12 milhões de argentinos saíram da pobreza” durante seu governo.
Por fim, ao serem perguntados sobre o que Milei deveria fazer caso tenha um mau desempenho nas eleições de 26 de outubro, 27,4% responderam que ele deveria renunciar; 17,6% sugeriram mudar as políticas econômicas; 13,4% defendem uma reestruturação do gabinete; 12,4% acham que ele deve manter o rumo atual; 26,2% pediram outras medidas; e 3% não souberam responder.