Um levantamento recente da Pesquisa Atlas trouxe um retrato detalhado das diferenças entre gerações no país, com destaque para ideologia política, expectativas econômicas, percepção sobre redes sociais e prioridades eleitorais. O estudo ouviu 5.510 pessoas entre 22 e 27 de novembro, com margem de erro de 1 ponto percentual, e apresentou variações marcantes entre Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z.
Baby Boomers são pessoas nascidos após a Segunda Guerra Mundial, entre meados dos anos 1940 e 1960; a Geração X abrange quem nasceu entre o fim dos anos 1960 e início dos anos 1980, os Millennials (ou Geração Y) reúnem os nascidos do início dos anos 1980 até meados dos anos 1990 e 2000 e a Geração Z corresponde aos que nasceram do fim dos anos 1990 em diante, já imersos na internet, na tecnologia digital e nas redes sociais.
No campo ideológico, o levantamento aponta um contraste claro entre faixas etárias. Segundo os dados, “57% dos ‘Baby Boomers’ e 52% da Geração X se consideram de esquerda/centro-esquerda”. Entre os mais jovens, porém, a tendência segue em direção oposta.
A pesquisa registra que “52% da Geração Z e 51% dos Millennials se consideram de direita/centro-direita”. Considerando o conjunto da população, o resultado fica praticamente dividido: 40% se dizem de esquerda ou centro-esquerda, enquanto 42% se identificam com posições de direita ou centro-direita.
As perspectivas sobre mobilidade econômica também variam de forma significativa. De acordo com o levantamento, “62% da Geração X confia que terão mais oportunidades econômicas que os pais”, configurando o grupo mais otimista.
Já entre Baby Boomers e Millennials, prevalece o sentimento de pessimismo, com “45%” e “43%” respectivamente acreditando que terão menos oportunidades. No total da população, o cenário é um pouco mais positivo: 48% dizem esperar mais oportunidades, contra 39% que preveem menos.
A pesquisa também avaliou a percepção sobre o impacto das redes sociais na vida dos entrevistados. Os mais velhos se destacam pela visão favorável. Segundo o estudo, “63% dos Baby Boomers sentem que as redes sociais têm impacto positivo na sua vida”, número bastante acima da média geral de 38%. Já entre Geração X e Geração Z, o entendimento é mais crítico. Apenas “27%” e “28%” desses grupos veem saldo positivo no uso das plataformas.
Quando o assunto é a definição do voto, a economia se consolida como prioridade nacional. O levantamento aponta que “77% dos brasileiros consideram a economia como tema mais importante para decidir seu voto”. Entre os grupos etários que mais reforçam essa prioridade estão “88% dos Baby Boomers” e “84% dos Millennials”, que tratam o desempenho econômico como ponto central nas eleições.
A coleta, realizada ao longo de seis dias, reuniu pessoas de todas as regiões do país e permitiu observar como cada geração interpreta o momento atual. Os dados mostram um país dividido tanto na visão política quanto na confiança no futuro econômico, mas convergente em relação ao peso que a economia terá nas próximas escolhas eleitorais.
Segundo a Atlas, o conjunto dos resultados oferece uma radiografia das tensões e expectativas que atravessam as diferentes faixas etárias. Ideologia, otimismo econômico, redes sociais e prioridades de voto formam um painel que ajuda a entender como cada geração se posiciona no debate público.