Após o encerramento da votação na Argentina, a AtlasIntel divulgou dois levantamentos realizados na sexta (17) e no sábado (18), ambos indicando uma possível vitória do candidato ultraliberal Javier Milei nas eleições presidenciais argentinas.
Na última pesquisa, o candidato da direita aparece com 52,5% das intenções de voto, contra 47,5% do peronista Sergio Massa. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos. Mesmo com a margem de erro, Milei mantém uma folga considerável sobre massa, com uma diferença de 5 pontos.
O CEO da AtlasIntel, Andrei Roman, destaca que o cenário mais provável é uma vitória de Milei, embora as previsões na Argentina sejam desafiadoras devido à influência da máquina eleitoral peronista, capaz de mudar o jogo de última hora, algo que as pesquisas têm dificuldade de captar.
A performance positiva de Milei é explicada pela liderança em locais estratégicos, como na capital federal e no interior da província de Buenos Aires. Massa lidera nos arredores da maior cidade argentina, na região conhecida como “conurbano”, um reduto eleitoral peronista. No entanto, a AtlasIntel sugere que a quantidade de votos dessa região pode não ser suficiente para garantir a vitória do partido da esquerda, conforme ocorreu em eleições anteriores.
Outro fator relevante é a capacidade de Milei atrair votos da coalizão de centro-direita Juntos Por El Câmbio, liderada pelo ex-presidente Maurício Macri. O ultraliberal conquista a preferência de 76% dos eleitores que votaram em Patrícia Bullrich no primeiro turno. Ela obteve 23% dos votos no pleito.
Para Roman, o crescimento de Milei também é reflexo da desaprovação da população com o atual governo. “Eleitores que não queriam votar em nenhum dos dois candidatos acabaram indo para a oposiçã diante de uma desaprovação tão grande do atual governo, que chega a 80%”, contou.
A AtlasIntel ressalta que esses não são dados de boca de urna, pois as pesquisas foram realizadas por meio de formulários online nos dois dias que antecederam as eleições. Milei ampliou ligeiramente sua vantagem de sexta para sábado, enquanto Massa teve uma diminuição nas intenções de voto no mesmo período.