Brasil de Bolsonaro: Um em cada quatro brasileiros convivem com a fome, diz pesquisa

Atualizado em 28 de junho de 2022 às 10:24
Distribuição de comida para pessoas vulneráveis
Foto por: André Coelho

De acordo com pesquisa Datafolha feita na última semana, mesmo com a leve desaceleração da inflação dos alimentos, a geladeira vazia continua a assombrar os lares brasileiros. 1 em cada 4 brasileiros avalia que a quantidade de comida disponível em casa era inferior ao necessário para alimentar sua família.

Segundo a pesquisa, para 26% dos entrevistados, a comida disponível nos últimos meses era abaixo do suficiente, enquanto 62% julgaram ser suficiente e apenas 12% diziam acreditar ser mais do que o suficiente. O percentual dos que não têm o bastante para colocar no prato mantêm-se no mesmo patamar desde maio, oscilando dentro da margem de erro.

A persistência do dado contrasta com a desaceleração da inflação. A alta de preços medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) subiu 0,69% em junho, sendo que o grupo alimentação e bebidas subiu 0,25%, após alta de 1,52% em maio. Em 12 meses, o acumulado é de 13,84%.

Além da alta de preços resistente, a volta do emprego com funções mais precárias e de baixa remuneração e o acúmulo de incertezas quanto ao ambiente político e econômico dos próximos meses têm feito do custo da comida um assunto central no dia a dia dos brasileiros. A sensação de insegurança alimentar afeta sobretudo as famílias mais pobres. Entre os que têm renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 2.424), ela é de 38%. Para os que recebem acima de dois e até cinco salários (R$ 6.060), o percentual é de 14%. Para quem recebe até dez salários mínimos (R$ 12.120), ela cai para 4%.

A quantidade insuficiente de comida também é uma realidade mais presente entre moradores do Nordeste (32%) e Norte (30%), mas não deixa de afetar quem vive no Centro-Oeste (24%), Sul (24%) e Sudeste (22%).

Foram realizadas 2.556 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 181 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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