
A pesquisa Quaest cometeu um erro grave ao rotular como “polêmica do Pix” uma mentira fabricada pelo deputado bolsonarista Nikolas Ferreira. Não há polêmica nessa questão, mas sim a disseminação de uma fake news – algo que deveria ser tratado como tal, sem rodeios. Ao usar o termo “polêmica,” a pesquisa não só minimiza o impacto da desinformação, como também contribui para sua normalização.
Essa escolha terminológica acaba legitimando, ainda que indiretamente, uma narrativa falsa e mal-intencionada promovida por um parlamentar de extrema-direita, cujas redes sociais estão orientadas para amplificar conteúdos enganosos com alto potencial de engajamento.
O trabalho de instituições que analisam a opinião pública exige rigor e compromisso com a verdade, especialmente em um contexto em que fake news corroem as bases do debate democrático. Rotular a mentira como “polêmica” é um desserviço, pois ignora o papel central do deputado na criação e na propagação do boato. Trata-se de uma cascata destinada a confundir e manipular a opinião pública, e não de um debate legítimo entre visões opostas.
8/ Quando perguntamos diretamente, 66% dos brasileiros acreditam que o governo federal errou mais do que acertou diante da polêmica do PIX. Não há o que discutir, parte do problema foi criado dentro do próprio governo. pic.twitter.com/mNky3ii8Js
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) January 27, 2025
A pesquisa Quaest poderia ter tratado o caso de forma mais precisa, denunciando a origem da mentira e seus objetivos, em vez de suavizar os fatos com um eufemismo. A desinformação não é um ponto de vista a ser avaliado ou analisado com neutralidade; é uma prática corrosiva que ameaça o direito à informação da sociedade. Ao falhar em chamar as coisas pelo nome, a pesquisa não só deixa de cumprir seu papel informativo, mas também reforça a dinâmica de um ecossistema tóxico que se alimenta de mentiras para gerar engajamento.
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