Pesquisadora comenta “narrativa” anti-PT do Jornal Nacional em 2015: “Ator político”

Segundo a autora, o processo de impeachment poderia ter sido diferente "se não fosse amparado e legitimado pela mídia corporativa"

Atualizado em 14 de julho de 2022 às 12:20
Foto: Reprodução

Em um estudo acadêmico recém-lançado, denominado em livro como “Jornal Nacional: um ator político em cena” (Editora Meraki), há uma busca para demonstrar como o ”Jornal Nacional” foi “um suporte relevante” para implementar e consolidar alguns processos políticos recentes da história brasileira, como o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Ao longo das páginas, a jornalista e linguista Eliara Santana explica, em sua visão, como funciona a chamada “mídia corporativa” de um dos jornais mais relevantes do país, e como ela também teve uma ”função” no que posteriormente gerou o afastamento de Dilma, “inserindo o país num quadro de grande polarização social e também de desestruturação política e econômica, estendendo-se ao processo eleitoral de 2018 e posteriormente”.

Segundo a autora, o processo de impeachment poderia ter sido diferente “se não fosse amparado e legitimado pela mídia corporativa”. Santana defende a ideia de que os meios de comunicação ”construíram uma narrativa” que fez com que a população relacionasse o PT à “uma corrupção nunca vista antes” e a responsabilizar o governo Dilma por “uma crise econômica sem precedentes”.

Em um dos exemplos dados no livro para comprovar a tese, é usada uma das edições do ”Jornal Nacional”. Em 13 de março de 2015, ao noticiar as manifestações a favor da presidenta, o noticiário destaca que os organizadores são sindicalistas da CUT. Depois de três dias, ao falar de protestos que aconteciam contra Dilma, o JN não identifica quem são os organizadores, o que, segundo a autora, daria uma ideia de “espontaneidade do movimento”.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link