Em evento da Petrobras, Lula manda recado a Israel e Bolsonaro: “Cultura não interessa a um ditador”

DCM esteve no evento no Rio de Janeiro

Atualizado em 24 de fevereiro de 2024 às 17:17
No Rio, Lula deu recado duro para Israel e também para Bolsonaro. Foto: Reprodução/YouTube
No Rio, Lula deu recado duro para Israel e também para Bolsonaro. Foto: Reprodução/YouTube

A Petrobras lançou seu maior edital de cultura em evento no MAM no Rio de Janeiro para o qual o DCM foi convidado. Presente no anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para reforçar que condena o genocídio de palestinos na faixa de Gaza feito por Israel. E mandou muitos recados para Jair Bolsonaro, chamado de “ditador”.

“Da mesma forma que eu disse quando estava preso que eu não aceitaria acordo para sair da cadeia e que eu não trocaria minha liberdade pela minha dignidade, eu digo: não troco a minha dignidade pela falsidade. Eu sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano. O que o governo do Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinadas. Não tentem interpretar a entrevista que eu dei. Leiam a entrevista e parem de me julgar a partir da fala do primeiro-ministro de Israel”.

“Se o que está acontecendo em Gaza não é genocídio, eu não sei o que é”, disse Lula. Ele também aproveitou a presença do chanceler Mauro Vieira para criticar a Organização das Nações Unidas, a ONU.

“Estamos lutando para mudar o Conselho de Segurança da ONU. Hoje infelizmente ele não serve para nada”.

Bolsonaro criticado por todos no evento

O presidente da República também não poupou seu antecessor ao falar sobre o lançamento do edital da Petrobras, que abre inscrições agora em 23 de fevereiro até o dia 8 de abril. Bolsonaro não foi nomeado por Lula e seus ministros, mas foi diretamente criticado. “Investimento em cultura pode não interessar a um ditador, mas interessa ao povo tanto quanto o prato de comida na mesa”.

O edital cultural é voltado para audiovisual e outras artes nacionais, para selecionar iniciativas regionais e que tenham alcance nacional. A seleção vai levar em conta as necessidades dos povos originários, das minorias pretas e das necessidades de pessoas com deficiência e particularidades regionais. A iniciativa foi apresentada com apresentações indígenas dos Guajajaras, hip-hop e até com a atriz Leandra Leal lembrando sobre preservar a cultura no Rio de Janeiro, que sofreu com a falta de investimentos de estatais como a Petrobras.

“Cultura estava deprimida no último período, com R$ 20 milhões.Cultura agora é a nossa energia. Agora anunciamos R$ 250 mi, mas vamos investir até R$ 400 milhões”, especulou o presidente da empresa, Jean-Paul Prates.

A ministra Margareth Menezes, acompanhada pela secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, reafirmou o lema do governo e o seu papel de parceria com diferentes agentes do governo: “União e reconstrução tem sido o nosso mote. Nesses 13 meses, estamos restaurando a cultura como vetor de crescimento econômico, de combate às desigualdades e de inclusão”.

Margareth e o próprio Lula também elogiaram as mudanças na Lei Rouanet, que ampliou o teto de captação para aumentar o incentivo cultural. Em 2023, o governo federal aprovou o maior valor da Rouanet para a cultura em 21 anos, de R$ 16,5 bilhões.

A fala de Lula sobre bets e apostas

O presidente da República quase fez uma confusão chamando de “jogos digitais”, como são conhecidos os videogames, as apostas ou bets digitais. “Hoje esses jogos são jogados até por crianças. É pior do que o jogo do bicho hoje. É 24 horas por dia. É jogo na televisão. Isso porque o cassino é proibido aqui. Porque cassino é jogo do azar, jogo do bicho é jogo de não sei das quantas. Agora pode jogar criança de cinco anos de idade até a pessoa de 90 anos. Não tem limite. A ordem é jogar”.

O governo Lula e o Congresso estão regularizando as apostas digitais e esportivas, para aumentar a arrecadação tributária. E a fala do presidente não tem nada a ver com games eletrônicos, que são considerados cultura até no edital da Petrobras. “Jogos estão previstos para financiamento no setor audiovisual, assim como na Lei Paulo Gustavo”, disse Jean-Paul Prates ao DCM em coletiva após o evento, confirmando a informação com Joelma Gonzaga e Margareth Menezes. “Eles entram no formato mais moderno de audiovisual, sem deixar de financiar filmes e expressões mais tradicionais”, finaliza.

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