Publicado originalmente no site Brasil de Fato
POR LARISSA GOULD
Marconi França, liderança dos caminhoneiros autônomos, anunciou na semana passada uma paralisação nacional para a próxima segunda-feira (16), a partir das 6h da manhã. Motivada pela insatisfação com o governo de Jair Bolsonaro, que não tem cumprido promessas aos trabalhadores, a greve abrangiria cerca de 70% da categoria, segundo França.
Embora lideranças ligadas ao governo Bolsonaro repudiem a paralisação, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e categorias como a dos petroleiros manifestaram apoio à mobilização.
“Toda a sociedade está sofrendo com o aumento abusivo dos combustíveis”, explicou Alexandre Castilho, diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo e funcionário da Petrobras, em entrevista transmitida ao vivo pelo Brasil de Fato.
O dirigente lembrou que os combustíveis estão com valores ainda mais elevados dos que no ano passado, quando os caminhoneiros realizaram a primeira paralisação, em maio de 2018. “Existiu uma forte greve, no governo Temer, quando o preço do diesel estava no patamar de R$ 3,50. Agora, está ainda mais alto”, lembrou. Na semana passada, o preço médio era de R$ 3,718, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Só no governo Bolsonaro, foram onze aumentos consecutivos do preço do diesel.
Castilho também enfatizou que o preço alto do combustível afeta o valor da alimentação, do vestuário, do lazer e de todos os produtos e mercadorias. “Uma luta para redução de preços de combustível melhora a qualidade de vida das pessoas. Elas vão ter a gasolina mais acessível, o gás mais acessível e uma possibilidade de redução de preços dos alimentos”, projetou.
Alta dos combustíveis
Durante a entrevista, Castilho lembrou que o aumento do diesel e dos demais combustíveis decorre de uma mudança na política de preços aplicada desde o governo Temer.
“Foi nomeado Pedro Parente como presidente da Petrobras, e adotou-se a seguinte estratégia: os preços dos combustíveis no Brasil acompanhariam os internacionais. Então, se o barril do petróleo tem uma elevação, o preço do combustível nacional também acompanha essa subida de preços”, explicou.
Outro problema dessa medida, segundo o dirigente, é que essa mudança não leva em consideração o custo de produção nacional. “O povo brasileiro está pagando um preço alto na gasolina, no diesel e no gás de cozinha única e exclusivamente por uma vontade do governo, que determinou essa política de preços internacionais”. Após a greve do ano passado, Parente foi retirado do cargo, mas o atual presidente, Roberto Castello Branco, manteve o mesmo método.
Diferentemente da grave de 2018, as mobilizações para parar no dia 16 contam com uma aproximação maior dos sindicatos e dos caminhoneiros autônomos: “Na greve de maio de 2018, a única pauta era a diminuição do preço do diesel. Hoje, os caminhoneiros têm a luta específica com relação ao frete mínimo, já abordam a necessidade de abaixar o preço de todos os demais combustíveis”, ressaltou Castilho.
Vai ter greve?
Para o dirigente, se o governo não voltar atrás nas medidas tomadas no setor, a paralisação dos caminhoneiros será inevitável.
Os petroleiros fizeram uma greve no último dia 25 de novembro para denunciar a privatização de refinarias, alertar para os riscos da política de demissões e de transferência de pessoal implementada pela atual direção da Petrobras. No dia 16, se somarão às mobilizações: “Nós sairemos juntos nas ruas, entregando nossos materiais que defendem a questão da redução nos preços dos combustíveis. Vamos sair às ruas e defender essa pauta”, garantiu.
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