PF abre inquérito para apurar genocídio Yanomami por omissão das autoridades

Atualizado em 25 de janeiro de 2023 às 14:15
Policias Federais ao lado dos Yanomâmis em suas terras em Roraima
Foto: Reprodução/SBT

Nesta terça-feira (24), a Polícia Federal (PF) iniciou um inquérito para apurar o genocídio dos povos Yanomâmis, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. A investigação também irá analisar as responsabilidades das autoridades que deveriam assegurar a defesa dos povos e se omitiram.

As autoridades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acreditam poder utilizar o conceito jurídico de “dolo eventual” para poder vincular o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às mortes de índigenas Yanomâmis. A gestão anterior, de Bolsonaro, é acusada de omissão.

“A Polícia Federal instaurou inquérito policial, por determinação do Ministério da Justiça, para apurar os crimes de genocídio, omissão de socorro, crimes ambientais, além de outros crimes conexos em Terras Indígenas Yanomami. A investigação tramita na Superintendência Regional da PF em Roraima e segue sob sigilo”, informou a PF, por meio de uma nota oficial.

A crise sanitária e alimentar na comunidade indígena veio à tona na semana passada, quando o petista viajou até Boa Vista, a capital do estado, para poder ver de perto a dramática e trágica situação dos índios, abandonados pelas políticas do ex-presidente, que fugiu para Orlando, nos EUA.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a situação de saúde e segurança alimentar dos povos indígenas é resultado da gestão de Bolsonaro. Por nota, o órgão citou cobranças feitas ao governo de Bolsonaro, entre 2019 e 2022. A ação também cobrava medidas para o combate de ilícitos ambientais e a expulsão de garimpeiros ilegais.

Por isso, sem a assistência do Estado, os índios foram cercados pelo garimpo ilegal e passaram a sofrer com doenças e a fome. A crise sanitária já provocou a morte de 570 crianças por desnutrição. Nesta semana, mais de 1.000 indígenas foram resgatados e levados para unidades médicas.

“Nós acreditamos que mais de 1.000 indígenas foram nesses últimos dias resgatados do território para não morrer. Há inclusive uma subnotificação muito grande de doenças”, informou o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Tabepa.

Diversas fotos têm sido públicadas nas quais se mostram a situação absurda dos povos indígenas da região. A negligência do ex-presidente em relação ao garimpo de ouro irregular desenfreado que ocorre na região desde seu governo é apontada como uma das principais causas da calamidade vivida pelos povos indígenas na região.

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