A Polícia Federal (PF) suspendeu preventivamente o agente Danilo Campetti, que participou da prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato, na última quarta-feira (9). O afastamento ocorreu após a abertura de um processo disciplinar pela cúpula da corporação.
Campetti deve ficar suspenso até a conclusão do processo disciplinar sobre o caso de Paraisópolis. De acordo com o documento, ele deverá informar à PF o local onde pode ser encontrado, caso “venha se ausentar de seu domicílio”.
Durante as eleições de 2022, Campetti acompanhava o então candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma agenda de campanha em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. Naquele dia, o agente usou o distintivo da corporação durante um tiroteio no qual um homem foi morto.
Além da detenção de Lula, o agente foi um dos policiais que trabalhou na condução coercitiva do petista e da ida dele ao velório do neto, em 2019.
Apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campetti chegou a se candidatar no ano passado a deputado estadual pelo Republicanos, mas não conseguiu se eleger.
Depois da posse de Tarcísio, Campetti estava cedido pela PF ao Palácio dos Bandeirantes, onde trabalhou na Secretaria de Segurança Pública.
Em junho, no entanto, o governo Lula enviou um ofício à equipe do governador de São Paulo solicitando o retorno do policial à corporação, sob argumento de falta de efetivo.
Depois de seu retorno ao quadro de servidores, uma nova sindicância foi instaurada para apurar suposta irregularidade na sua cessão para o governo paulista. No procedimento, questiona-se se ele poderia ter sido lotado no gabinete de Tarcísio mesmo tendo sido cedido a pedido da Secretaria de Segurança Pública.
Auxiliares do governador argumentam que a suspensão é normalmente adotada contra policiais suspeitos de corrupção e que Campetti teria usado o distintivo para se proteger.