PF afasta agente que participou de prisão e condução coercitiva de Lula

Atualizado em 11 de agosto de 2023 às 20:45
Danilo Campetti durante escolta de Lula no velório do neto do petista em São Bernardo do Campo (SP), em 2019. Foto: Ricardo Stuckert

A Polícia Federal (PF) suspendeu preventivamente o agente Danilo Campetti, que participou da prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato, na última quarta-feira (9). O afastamento ocorreu após a abertura de um processo disciplinar pela cúpula da corporação.

Campetti deve ficar suspenso até a conclusão do processo disciplinar sobre o caso de Paraisópolis. De acordo com o documento, ele deverá informar à PF o local onde pode ser encontrado, caso “venha se ausentar de seu domicílio”.

Durante as eleições de 2022, Campetti acompanhava o então candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma agenda de campanha em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. Naquele dia, o agente usou o distintivo da corporação durante um tiroteio no qual um homem foi morto.

Além da detenção de Lula, o agente foi um dos policiais que trabalhou na condução coercitiva do petista e da ida dele ao velório do neto, em 2019.

Apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campetti chegou a se candidatar no ano passado a deputado estadual pelo Republicanos, mas não conseguiu se eleger.

Tarcísio de Freitas e Danilo Campetti. Foto: Fabio Leite

Depois da posse de Tarcísio, Campetti estava cedido pela PF ao Palácio dos Bandeirantes, onde trabalhou na Secretaria de Segurança Pública.

Em junho, no entanto, o governo Lula enviou um ofício à equipe do governador de São Paulo solicitando o retorno do policial à corporação, sob argumento de falta de efetivo.

Depois de seu retorno ao quadro de servidores, uma nova sindicância foi instaurada para apurar suposta irregularidade na sua cessão para o governo paulista. No procedimento, questiona-se se ele poderia ter sido lotado no gabinete de Tarcísio mesmo tendo sido cedido a pedido da Secretaria de Segurança Pública.

Auxiliares do governador argumentam que a suspensão é normalmente adotada contra policiais suspeitos de corrupção e que Campetti teria usado o distintivo para se proteger.

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