
A Polícia Federal (PF) reagiu com firmeza às declarações feitas por Jair Bolsonaro, que sugeriu que o pen drive apreendido durante uma operação em sua residência teria sido plantado pela corporação. Segundo um delegado de alto escalão da PF, caso o ex-presidente continue com essa alegação, a instituição se compromete a divulgar os vídeos completos da busca realizada na sexta-feira (18), tanto na casa quanto no escritório de Bolsonaro, em Brasília.
A declaração veio após Bolsonaro, em entrevista à imprensa no dia da operação, relatar que um dos agentes da PF teria solicitado para usar o banheiro em sua residência e, ao retornar, estava com o pen drive na mão. O ex-presidente afirmou ainda que nunca havia aberto um pen drive em sua vida e questionou a situação.
A fonte da PF, que preferiu não se identificar, afirmou que, caso as alegações de Bolsonaro sobre o “plantio” do pen drive continuem, a corporação não hesitará em tornar públicos todos os detalhes da operação. “Se falarem mais uma vez que plantamos pen drive, vamos divulgar os vídeos inteiros da busca”, disse a alta fonte da PF, sob anonimato.
Em uma atualização posterior, a Polícia Federal divulgou que o pen drive passou por uma perícia detalhada, mas o conteúdo encontrado no dispositivo foi considerado “irrelevante” para o andamento da investigação. A PF também apontou que o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro têm sido investigados por supostamente terem agido junto com autoridades dos Estados Unidos para pressionar pela imposição de sanções contra agentes públicos brasileiros.

A acusação é de que, durante os últimos meses, pai e filho teriam atuado com o objetivo de obter apoio internacional contra o Brasil, fundamentando pedidos de sanções em razão de uma suposta “perseguição” relacionada à Ação Penal (AP) nº 2668, que investiga Bolsonaro por envolvimento em uma trama golpista.
De acordo com a PF, essa ação foi realizada de maneira ilícita, com o intuito de submeter o Supremo Tribunal Federal (STF) a influências externas, por meio de negociações hostis e criminosas.
A acusação sugere que a família Bolsonaro tentou pressionar o funcionamento da Corte Suprema por meios ilegítimos, com uma clara tentativa de obstrução à Justiça. Para a PF, os atos de Bolsonaro e seu filho foram planejados com o intuito de coagir e manipular decisões judiciais, representando um ataque direto à autonomia do STF.
A postura da Polícia Federal contrasta com as alegações feitas por Bolsonaro, que continua a se defender das acusações e a questionar a legitimidade da operação. A investigação segue em andamento, com a PF coletando provas para embasar as acusações que pesam sobre o ex-presidente e seus aliados.