PF cogita investigar médico de Bolsonaro no caso da APEX: recebia sem trabalhar

Atualizado em 17 de abril de 2024 às 6:42
Jair Bolsonaro e o médico Ricardo Camarinha, em viagem em Tóquio, em 2019 — Foto: Reprodução

O médico da Presidência da República durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Camarinha, está sob os holofotes da Polícia Federal (PF) e pode entrar para o rol de investigados, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo

Funcionários da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) do escritório de Miami, nos Estados Unidos, relataram em depoimentos à PF na semana passada que Camarinha era um funcionário fantasma, recebendo um salário mensal de R$ 36,8 mil sem comparecer ao trabalho na agência.

Segundo os depoimentos, a nomeação de Camarinha ocorreu por ordem direta de Bolsonaro ao general Mauro Cid, que na época chefiava a Apex em Miami. Os funcionários da agência afirmaram que o militar comunicou ao setor de recursos humanos a necessidade de contratar o médico a pedido do presidente em exercício naquele momento.

Esses depoimentos levantam a possibilidade de um inquérito contra Camarinha, que ainda reside nos EUA. Ele foi designado para a Apex de Miami em abril de 2022, após deixar o cargo de médico da Presidência, permanecendo lá até 2 de janeiro de 2023, um dia antes de Jorge Viana assumir o cargo de presidente da Apex.

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Bolsonaro e Camarinha. Foto: reprodução

Camarinha foi visto em janeiro do ano passado visitando Bolsonaro em Orlando, durante uma viagem do ex-presidente aos EUA, após a vitória de Lula. Ele era conhecido por acompanhar o ex-mandatário em viagens e internações hospitalares, e também havia sido médico da Presidência durante o governo FHC, nos anos 1990.

Vale destacar também que os três funcionários da Apex Miami prestaram depoimentos à PF no âmbito da investigação sobre as joias da Arábia Saudita relacionadas a Bolsonaro.

A PF está averiguando se o ex-ajudante de ordens do ex-capitão, o tenente-coronel Mauro Cid, utilizou a estrutura da Apex para vender de forma irregular peças recebidas por Bolsonaro como presidente, as quais pertenciam ao Estado brasileiro e não a ele.

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