PF diz que Bolsonaro atuou para vender joias e recebeu dinheiro vivo no esquema

Atualizado em 11 de agosto de 2023 às 13:58
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Foto:AFP/Sergio Lima

A Polícia Federal aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou diretamente do esquema de venda de presentes recebidos em viagens oficiais e recebeu valores em dinheiro vivo. Ele, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros dois assessores “atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-Presidente para posteriormente serem vendidos no exterior”.

Relatório da investigação indica que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência pode “ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado, presentes de alto valor, mediante determinação” do então presidente.

A corporação apura dois possíveis crimes de Bolsonaro. O primeiro é a suspeita de que o esquema teria durante toda a gestão do ex-presidente, desviando presentes recebidos de forma oculta para os Estados Unidos. Investigadores apontam que os itens foram encaminhados a lojas especializadas na Flórida, Nova York e Pensilvânia “para serem avaliados e submetidos à alienação, por meio de leilões e/ou venda direta”.

A segunda hipótese criminal da PF é que o grupo teria ocultado “origem, localização e propriedade dos recursos financeiros decorrentes da alienação dos bens desviados do acervo público brasileiro”. “Tais recursos ficaram acautelados e sob responsabilidade do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e posteriormente transferidos, em dinheiro espécie, para a posse de Jair Messias Bolsonaro”, diz relatório.

Investigadores suspeitam que o lucro era convertido em dinheiro em espécie e enviado ao patrimônio pessoal do ex-presidente por meio de laranjas, “com o objetivo de ocultar a origem localização e propriedade dos valores”.

A possibilidade surgiu após serem encontradas mensagens de Mauro Cid em que ele fala sobre levar US$ 25 mil “em cash” e “entregar em mãos” para Bolsonaro. “Acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne?” (sic), escreveu o ex-ajudante de ordens para um assessor.

O trecho, segundo a PF, “deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie”.

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