PF diz que Cariani e sócia “tinham controle total” sobre venda de produtos para o tráfico

Atualizado em 30 de janeiro de 2024 às 21:10
Renato Cariani de roupa cinza, falando e gesticulando com expressão séria
Renato Cariani nega irregularidades em sua empresa – Reprodução

A Polícia Federal em São Paulo concluiu que Renato Cariani, influenciador fitness, e sua sócia, Roseli Dorth, exerciam ‘total controle sobre a venda, pagamento e saída dos produtos químicos’ da empresa Anidrol, envolvida em um suposto esquema de desvio de 12 toneladas de insumos para drogas como cocaína e crack.

O desfecho do inquérito da Operação Hinsberg, concluído neste mês, reforçou o indiciamento de Cariani por tráfico equiparado, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, conforme reportado pelo Estadão em dezembro.

Desde o início das investigações, Cariani tem negado qualquer irregularidade em suas operações comerciais. Quando as diligências foram realizadas em dezembro, ele se declarou como mais uma ‘vítima’ das fraudes.

De acordo com o UOL, o relatório conclusivo foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que decidirá sobre o eventual oferecimento de denúncia contra os investigados da Operação Hinsberg. Além de Cariani e sua sócia, também foi indiciado Fábio Spinola Mota, descrito como ‘amigo’ do influenciador fitness e apontado pela PF como responsável por coordenar o repasse dos insumos para a produção de drogas.

Roseli Dorth de roupa verde e amarela sorrindo para foto
Roseli Dorth, sócia de Cariani – Reprodução

De acordo com o delegado Vitor Beppu Vivaldi, em despacho assinado recentemente, “confirmaram-se os indícios da efetiva existência e atuação de um grupo criminoso, cujo modus operandi consiste em utilizar interpostas pessoas como depositantes de dinheiro em espécie, sob responsabilidade da LBS, Astrazeneca e Cloroquímica, para a Anidrol e Quimiteste, com vistas a justificar a saída dos produtos químicos para o narcotráfico”.

Apesar de a PF ter solicitado a prisão dos investigados durante a operação em dezembro, a medida foi negada pela Justiça. Na ocasião, a polícia relatou que a empresa de Cariani teria lucrado pelo menos R$ 3,7 milhões com a venda de insumos para o tráfico de drogas.

Os investigadores afirmam à Procuradoria que reuniram elementos que comprovam a materialidade e indicam a autoria do crime de venda irregular de produtos químicos destinados à produção de drogas.

A PF destaca que os produtos químicos listados nas notas fiscais sob suspeita são essenciais para a preparação de drogas e que, embora tenham finalidades legítimas, a investigação revelou ações da associação criminosa indicando o destino ilegal dessas substâncias.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link