PF enxerga indício de que Cid não agiu sozinho e de que Bolsonaro sabia de fraudes em cartões de vacina

Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve conhecimento da troca de acesso no e-mail vinculado à conta dele no aplicativo ConecteSUS no fim do governo. A informação é do jornal O Globo.

O fato deve ser usado para confrontar uma eventual versão de que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, atuou sozinho, sem a consentimento do ex-mandatário. O militar está preso e vai prestar depoimento na próxima quinta-feira (18).

Segundo a apuração da PF, o login do ex-capitão no aplicativo ConecteSUS estava associado ao e-mail de Cid até 22 de dezembro, dia que foi gerado um certificado de vacinação falso de Bolsonaro. No mesmo dia, o e-mail de login foi alterado para o do coronel Marcelo Costa Câmara, então assessor especial da Presidência.

A PF afirmou que a mudança aconteceu porque Cid estava prestes a deixar a função de ajudante de ordens de Bolsonaro. Costa Câmara foi nomeado para auxiliar o ex-chefe do Executivo após o final do mandato.

Outro indício de que o ex-presidente sabia da fraude é que a alteração cadastral foi feita a partir da conexão de rede do Palácio do Planalto.

Vale destacar que, no despacho em que autorizou a operação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que a iniciativa foi levada adiante com, “no mínimo, conhecimento e aquiescência” de Bolsonaro.

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