PF estuda ações contra Eduardo Bolsonaro por interferência na Justiça

Atualizado em 22 de julho de 2025 às 6:58
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) avalia adotar medidas contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito que investiga tentativas de extorsão e pressão sobre autoridades brasileiras para barrar o julgamento da tentativa de golpe de Estado, conforme informações do blog da Andréia Sadi, do G1.

Segundo investigadores, a corporação considera ações como mandados de busca e apreensão e até o bloqueio de bens do parlamentar.

“O bananinha” não foi alvo da operação que atingiu seu pai, Jair Bolsonaro (PL), na última sexta-feira (18), porque está nos Estados Unidos. Fontes ligadas à investigação apontam que medidas mais duras contra ele exigiriam cooperação jurídica internacional. Para a PF, Eduardo tem se protegido da Justiça brasileira por permanecer em solo americano.

Ainda em maio, dois dias após se mudar para os EUA, o deputado articulou com congressistas republicanos uma carta pedindo à Casa Branca sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. A atuação é tratada pela PF como parte de uma tentativa de interferência estrangeira para constranger o STF e outras instituições brasileiras.

A ofensiva foi citada pelo próprio Moraes na decisão que autorizou as ações da PF. O ministro afirmou que Jair e Eduardo Bolsonaro cometeram “atentados contra a soberania nacional”, com o objetivo de obstruir a Justiça, desestabilizar a economia e pressionar o Judiciário.

Ataques

Após a operação, Eduardo Bolsonaro passou a atacar publicamente a PF. “Vai lá, cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber, não. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, disse o deputado.

A PF apreendeu US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo na casa do ex-presidente, além de uma cópia de uma ação contra Moraes e um pen drive escondido em um banheiro — sem conteúdo relevante, segundo os investigadores.

Os ataques do “bananinha” foram criticados por entidades que representam a categoria. A Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Fenadepol) repudiou a fala, classificando-a como “ataque leviano e inaceitável” à instituição e aos seus agentes.

“Tais manifestações configuram tentativa de deslegitimar o trabalho técnico e isento da instituição, além de representar grave afronta à sua autonomia funcional”, afirmou a entidade. Um dos investigadores definiu o comportamento do filho “03” de Bolsonaro como “método miliciano”.