PF faz operação contra stalker que assedia Soraya Thronicke e deputada com fotos íntimas

Atualizado em 9 de setembro de 2025 às 19:28
A senadora Soraya Thornicke (Podemos-MS) polícia federal e a deputada federal Silvye Alves (União Brasil-GO), vítimas de perseguição virtual. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (9) a Operação Assédio para apurar crimes de perseguição e violência política de gênero contra a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e a deputada federal Silvye Alves (União-GO). O investigado, que não teve o nome revelado, também teria feito outras mulheres como vítimas. A ação cumpriu mandado de busca e apreensão em Duque de Caxias (RJ). Com informações do Metrópoles.

Segundo a PF, o suspeito enviava mensagens e fotos de cunho sexual às parlamentares. Entre as medidas cautelares impostas pela Justiça estão a proibição de acessar a internet, de manter contato com as vítimas e de deixar a região metropolitana do Rio sem autorização. O caso foi inicialmente identificado pela Polícia Legislativa e repassado à Polícia Federal.

Após a operação, Silvye Alves afirmou sentir “alívio parcial”, destacando que o assédio sexual e moral impacta a vida emocional e o ambiente de trabalho. A deputada defendeu que a prisão do investigado serviria como exemplo e alertou que a banalização desse tipo de crime pode levar a delitos mais graves.

Soraya Thronicke, por meio de sua assessoria, declarou confiar nas investigações da Polícia Federal. A senadora relatou já ter recebido ameaças de morte contra si e seus familiares durante o mandato, classificando os ataques como reflexo de atitudes sexistas e criminosas contra mulheres na política.

A senadora ressaltou ainda que o combate a esses crimes não deve se restringir à atuação policial, mas também ao Legislativo. Ela defendeu a aprovação de leis mais rígidas, citando a Lei do Stalking (Lei nº 14.132/2021), de autoria da senadora Leila Barros, que aumentou as penas para perseguição.

A violência política de gênero, segundo a legislação, inclui atos que buscam excluir mulheres do espaço político, limitar seu acesso ou induzi-las a agir contra sua vontade. Ela pode se manifestar de forma física, psicológica ou institucional, por meio de ameaças, assédio, intimidação ou restrições dentro de partidos e casas legislativas.