PF fecha o cerco contra Braga Netto por atuação suspeita de militares

Atualizado em 25 de outubro de 2023 às 17:22
Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro. Foto: reprodução

A Polícia Federal intensificou as investigações sobre a gestão do general Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro (PL), no Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIF), abrindo novas frentes de apuração. Segundo a Folha de S.Paulo, a suspeita recai sobre a atuação de militares da reserva na intermediação de contratações milionárias.

De acordo com informações coletadas pela PF, os contratos sob análise ultrapassam a compra de coletes balísticos, investigada pela operação Perfídia, e englobam contratações que somam R$ 1,2 bilhão. Entre elas, destaca-se a compra de 16 blindados no valor de R$ 17,5 milhões que, segundo os investigadores, não foram utilizados pela intervenção e permaneceram sob posse do Exército.

Os desdobramentos da investigação exercem pressão sobre a possível candidatura de Braga Netto à Prefeitura do Rio pelo PL e apontam para possíveis desvios envolvendo militares, enquanto o governo Lula (PT) considera a reintegração das Forças Armadas na segurança do estado.

Braga Netto e Bolsonaro. Foto: reprodução

Braga Netto, por sua vez, afirmou que os contratos seguiram todos os trâmites legais. Nomeado interventor por Michel Temer (MDB), ele posteriormente tornou-se ministro do governo Bolsonaro e vice na chapa do ex-presidente.

A PF investiga possíveis desvios de finalidade na contratação dos blindados, considerando que os recursos tinham como objetivo principal melhorar a segurança no Rio, e não equipar as Forças Armadas. Paralelamente, a atuação de empresas ligadas a militares da reserva na intermediação dos negócios também está sob análise.

Paulo Assis e Robson Queiroz, ambos da reserva, tiveram seus sigilos quebrados devido a suspeitas de participação nos contratos do GIF e em outras áreas. Segundo a PF, o general Paulo Assis vendeu influência sobre Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e Braga Netto para tentar destravar a contratação milionária de coletes

Já Robson Queiroz, que foi subordinado por mais de dois anos ao bolsonarista, recebeu R$ 25 mil da empresa investigada sob suspeita de corrupção na compra dos coletes pela intervenção no Rio.

A PF alega que Assis tentou influenciar Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e Braga Netto para facilitar a contratação de coletes. O TCU analisou as compras da intervenção federal, apontando que os blindados serviram para equipar o Exército, mas não para o uso diário das polícias do Rio.

Tanto o ex-ministro quanto o Exército defenderam a legalidade das contratações e aprovaram a conduta durante a intervenção. O caso permanece em investigação para apurar possíveis irregularidades e desvios de verba pública.

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